quarta-feira, 27 de outubro de 2010

DOS FUNDOS PARA A FRENTE

Bem, após algum silêncio, seguem algumas reflexões sobre uma realidade um tanto comum na qual venho reparando e com que me deparei fortemente nas últimas semanas:

Por que razão será que o trabalhador que é a operação do negócio fica, normalmente (que se faça justiça aos que têm uma visão diferente) deixado em segundo plano nas empresas?

O que verifico em alguns locais que visito é que, em geral, ao administrativo se reservam as melhores salas, instalações, ar condicionado, etc (cadeiras anatômicas, café quentinho a toda hora, por exemplo) e ao pessoal que faz o produto final ou que presta o serviço que é a razão de existir daquela empresa, em geral há maiores dificuldades burocráticas, piores instalações, pouco acesso à direção e pouca voz.

Não gostaria de me limitar ao por que, lembrando daquele texto anterior "me pergunte o que ao invés de por que" mas me dá uma cosquinha imaginativa e o que mais me parece é que não se dá voz "ao povo de frente" por medo. Medo de que vejam seu verdadeiro valor, de que ganhem voz e de alguma forma se empoderem do que é realmente deles. Pois, se o padeiro parar de fazer pão...já se sabe o que acontece com a padaria. Ele pode até ser substituído mas não sem um período de confusão.

O resultado é nítido: trabalhadores ganhando mal, sentindo-se pouco valorizados e loucos para fazerem qualquer coisa a trabalhar naquele local que pouco os valoriza. Se estão lá, estão como se fossem presos (pela estabilidade, salário certo ou outro motivo qualquer) e o risco...ah...que poucos líderes vêem também...o risco vai para a qualidade do atendimento, do produto; vai para a negligência, o pouco caso, o corpo mole e aí ouvimos "não sei mais o que fazer com esse pessoal preguiçoso!!". Há! Vem cá que eu te conto.

Alguns locais já descobriram a mágica de bem tratar quem trata e cuida diretamente de seus clientes. Quem já descobriu o verdadeiro valor do termo "cliente interno" e estes têm resultado positivo certo. Pessoas que não trocam aquela ocupação por nada, pois sentem que por elas é feito até mais do que elas oferecem. E retribuem.

Mais uma vez fica a dica: experimente! Se é você que está na linha de frente, dê a dica a quem possa interessar e, se este assim mesmo não se "tocar", acredite...há quem já aplique esta teoria e pode estar esperando por alguém como você, que valoriza ser valorizado.