segunda-feira, 29 de março de 2010


Confiança - ato de deixar de analisar se um fato é ou não verdadeiro; (Wikipedia)


Pois hoje escrevo um pouco titubeante pois estou certa do que sinto sobre o tema mas incerta sobre o que exatamente falar.

Este tema é um tão complicado no mundo em que vivemos hoje que chego a ter saudades do que a maioria de nós não viveu: aquele tempo em que um homem dava sua palavra e isso era tão valioso que não era preciso assinar nada, ter fiador, etc.

Este tema surgiu após a negociação pela qual passei em que demoramos 5 meses em um processo no qual a outra parte precisava provar sua idoneidade ou coisa que o valha. Advogado envolvido, etc, etc. Só conhecemos a outra parte no dia do fechamento do negócio. Pois creio que, baseada em minhas primeiras impressões, teria fechado negócio antes. Uma vez que não sabia que alguém poderia dever mesmo sem saber, só a pessoa, o aperto de mão me fariam confiar na mesma.

Infelizmente, no mundo atual, principalmente nas relações em que não estamos em contato direto com a outra parte, é muito "perigoso" confiarmos e entrarmos em relações ou negócios. Mas o que chama a atenção é como, em muitas empresas e famílias essa desconfiança cega anda permeando as relações.

Não que não haja motivo para isso; se isso existe é porque há um motivo. Mas a exceção virou regra e a maioria das pessoas passou a ser culpada até que prove o contrário.

O ponto de dúvida se constrói quando temos relações que só conseguem prosperar na base da confiança e nem vou entrar no mérito do casamento, mas principalmente nas relações de trabalho. Como eu entrego um cliente, uma quantia, uma tarefa importante se eu não confiar na pessoa que receberá estes?

Tem gente que diz que devemos confiar desconfiando. E isso existe? Pensando que todos fazemos parte de um sistema, como podemos esperar que os outros confiem em nós se não conseguirmos confiar nos outros?

Não acontece.

Assim como também não existe certeza, segurança absoluta em qualquer relação que seja. Os erros acontecem, as fraquezas aparecem, o lado "b" surge sentenciando a frase: "devia ter desconfiado!". E qual é a qualidade de vida de quem vive desconfiado? Qual é o prazer que se tem em estar em um local de trabalho em que não se confia, em fazer negócios imaginando tudo que pode dar de errado se o outro quebrar a sua confiança?

A vida é incerta mesmo, nada precisa... E sabendo que confiança pode ser algo construído, talvez a construção possa começar com aquele voto...

Será?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vamos Conversar?






É normal. Várias pessoas convivem entre si todos os dias em diferentes ambientes: em casa, escola, no trabalho, grupo de amigos. Em qualquer grupo, assuntos surgem, pessoas querem falar sobre si, sobre suas vidas, muitas vezes precisam resolver alguma pendência entre si e, como a maioria de nós sabe, uma das melhores alternativas para estes tipos de necessidades é uma antiga técnica: o diálogo.

O diálogo, segundo Humberto Mariotti, "é uma metodologia de conversação que visa melhorar a comunicação entre as pessoas ou produção de ideias novas e significados compartilhados. Ou, posto de outra forma, é uma metodologia que permite que as pessoas pensem juntas e compartilhem os dados que surgem desta interação sem procurar analisá-los ou julgá-los de imediato.”

Observando esta descrição podemos deduzir por que é tão difícil dialogar, apesar de termos aprendido que, se há duas ou mais pessoas, olhando umas para as outras falando coisas sem parar, estão dialogando.

Gostamos sim de falar o que pensamos. Gostamos que os outros nos ouçam, reflitam sobre o que falamos, sintam nossa dor, vivam nossa emoção. Queremos ser reconhecidos. E essa necessidade normalmente é tão grande em boa parte dos seres humanos que, no momento em que o outro está falando, aquele que não está é tomado de uma ansiedade ímpar, uma ânsia enorme e a única atenção que ele tem é sobre qual ponto que o outro tocará que servirá de gancho para sua entrada triunfal.

O ponto sobre esse assunto é fácil de entender: quando estamos com o outro tanto melhor quanto conseguirmos saber mais sobre ele, ouvir o que ele tem a dizer. Quando ouvimos e refletimos sobre o que ouvimos sem julgamento, temos a oportunidade de incrementar nosso conhecimento, nossos pontos de vista.

Ouvir principalmente nossa própria voz é bom, mas trará benefícios maiores se essa prática for em ambientes próprios para isso. Quando estamos com outras pessoas, fazemos a troca: elas falam, nós ativamente escutamos. Complementamos o que é dito, somos ouvidos. As ideias vão crescendo e todos nos beneficiamos dessa comunicação.

Para escutarmos precisamos estar verdadeiramente presentes e, para isso vale à pena tentar: enquanto o outro estiver falando eu me calo. Presto atenção a cada ímpeto que tenho de interromper, presto atenção na minha própria ansiedade, nos meus pontos de vista sobre o assunto em questão. E continuo prestando atenção ao outro, continuo calado. Esse exercício nos ajuda a estarmos presentes no momento da escuta e a cada vez que é praticado, mais conseguimos realmente absorver o que nos é dito. Todos ganham. Nossa vez de falar chegará mas, antes disso, eu consegui efetivamente a troca: dei atenção e recebi informações.

Assim como muitas habilidades específicas, escutar não é fácil. Mas é possível se for praticada.

Que tal chamar o colega aí ao lado e começar?


segunda-feira, 15 de março de 2010

CORRUPÇÃO - ROMPER


A corrupção, um termo tão comentado e falado mas quase sempre visto como algo distante. Como se fosse uma escara em um parente que há tempos não vemos...essa é minha sensação.

Isso simplesmente pode acontecer - essa sensação de distanciamento - por ser difícil aceitar que um ser humano faça coisas hediondas em troca de dinheiro, cargos ou favores..ou talvez porque nós mesmos não consigamos enxergar nossas pequenas corrupções no dia-a-dia.

Muitos de nós, ditos "cidadãos de bem", chegamos a nos vender por bem menos que aquela quantidade imensa de dinheiro que outros cidadãos colocam nas meias e cuecas já que os bolsos estão cheios. Nos vendemos por meia entrada no cinema, nos vendemos por uma carteira de motorista, por um artigo que estava na revista do consultório e por aí vai.

E é o quanto uma sociedade suporta de pequenos delitos que determina quantos grandes ela aguentará. Pois somos nós "a sociedade", "o Brasil", "o povo brasileiro". Tudo isso é cada um de nós............................................................................(pausa para o pensamento).

Além disso, hoje a corrupção está longe de ser vista ou apontada somente no governo. O setor privado também exerce sua parcela igualmente a nós, cidadãos de bem, nos pequenos e grandes delitos. Desde o ganho de licitações ilicitamente à "caixinha" que se oferece ao funcionário do governo para que ele "agilize" o processo. Pois árvores são derrubadas nos finais de semana para que uma fábrica seja construída sem que "ninguém" perceba a não ser os próprios homens que deveriam fiscalizar isso.

O fato é que, para cada corrompido, há um corruptor. O que nos leva à dedução de que quando um não quer, dois não saem ganhando para uma sociedade inteira sair perdendo.

Primeiro ponto: cada um de nós pode interromper ou, pelo menos, atrapalhar este processo, torná-lo mais difícil. Hoje muitas pessoas não entendem como alguém pode não querer uma "pequena vantagem" mas, ao dizer "não", surpreendemos. Surpresa leva à reflexão. Trabalho de formiga, sim senhor, mas possível.

Ao trabalhar as leis e normas, ao ter um código e eventualmente um conselho de ética em sua empresa, o trabalho já se torna mais amplo ainda atingindo com informações e conscientização um grupo maior de pessoas. É um grande passo que pode ser dado pela empresa paralelamente aos pequenos que cada indivíduo pode dar por si só.

Passos e resultados. Educação e exemplo funcionam para os dois lados da moeda.



segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional


Não poderia deixar de escrever sobre o Dia Internacional... e interessante que sobre ele escreverei mesmo sem ter um ponto de vista bem definido sobre o assunto. Esta data não me comove mais, infelizmente (porque as coisas que comovem normalmente nos ligam à nossa humanidade, penso eu) mas recebo com carinho todas as manifestações de lembrança de amigos, meu pai, marido, irmão, etc.


A questão é que puxa...ficou tão difícil ser mulher hoje em dia. E por consequência ficou difícil ser homem também pois, se nosso papel não está bem definido, imagina o deles! De forma que hoje eu penso que a situação precisaria ser chacoalhada novamente para ver se as peças se assentam em locais mais confortáveis.


Com medo de sermos consideradas incompetentes, agarramos tudo, fazemos tudo, falamos poucos "nãos", não temos limite. Com medo de não aparentar que nossa família é mais importante que TUDO na vida, acabamos encobrindo o fato do filho estar doente ou da sua casa estar totalmente largada porque você não tem tempo de estar nela a não ser para dormir.


Muitas vezes o medo e não o objetivo é que nos movimenta. Encobrir o que não temos fica mais importante do que descobrirmos o que temos e quais os nossos diferenciais. Há séculos, e digo isso porque faz quase 10 anos, li um dos melhores livros que passaram nas minhas mãos "Mulheres que Correm com os Lobos" da Clarissa Pínkola Estés e, se não me engano, muito ela falava sobre isso: vencermos justamente pelo que temos de diferente e não tentando nos igualar pois, felizmente, não somos iguais.


A lei da não resistência cansa menos. Cansa menos nadar a favor da maré, cansa menos pedir ajuda e parar de ser super mulher. Entregar-se ao que se é e fazer só o possível. E fazendo só o possível perde-se menos tempo pensando no que não se fez e parte-se para a realização dos verdadeiros sonhos.
Respirar mais, suspirar menos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Trechos


Há alguns muitos anos, tenho o hábito de guardar a agenda de cada ano. Nelas eu fiz anotações de trabalho, pessoais, e, depois de uma arrumação necessária na minha papelada de trabalho, parei para reler algumas e verificar se consegui e o quanto consegui evoluir de tempos para cá.
Achei este trecho de Mandela, estrategicamente impresso e colado na contracapa da agenda de 2007. Segue, para apreciarem:

"Nosso grande medo não é de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é de que sejamos poderosos além da medida.
É a nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta.
Nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?'

...Você pretendendo ser pequeno, não ajuda ao mundo.
Não há nada de brilhante em encolher-se para que outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
Nascemos para manifestar a glória do Espírito que está dentro de nós.

Não está só em alguns de nós; está em todos Nós.
E, à medida que deixamos nossa própria Luz brilhar, damos permissão para outros fazerem o mesmo.
À medida que liberamos nosso medo, nossa presença libera outros."


(Nelson Mandela, Discurso de Posse, 1994)


Para quando se tem certeza de que seu maior inimigo é você mesmo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A ALEGRIA NOS NEGÓCIOS






Parece até meio óbvio falar sobre isso, mas creio que não custa dar mais um toque uma vez que no dia a dia a tentação é grande...

Há um tempo frequentava um salão de beleza. Gostava muito. O serviço era bom e barato, a dona "acertou a mão" com o meu cabelo mas, de repente...me dava uma preguiça de ir.

Não sei o que acontecia mas resolvi aprender a me arrumar em casa a ter que ir àquele salão.

Fiquei pensando o porquê daquilo. Por que deixar de frequentar um lugar que tem um bom serviço?

A resposta veio logo: o lugar era triste. A dona, sentindo confiança na minha pessoa, colocou-se a contar toda sua vida incluindo aí os problemas com o próprio salão, a filha, o ex-marido (valei-me!). Só para esclarecer, eu não sou psicóloga e, além de não lembrar-se disso esqueceu que eu era uma coisa a mais: cliente.

Com cliente não se conversa sobre problemas a menos que os mesmos digam respeito ao contrato profissional estabelecido ou sobre os problemas do cliente mas sobre os seus, nunca!

É difícil lembrar disso no dia-a-dia e parece muitas vezes até injusto mas lembre-se: esta atitude reverte pontos para a sua imagem profissional e para a imagem da sua empresa. O seu valor não está somente ligado ao serviço/produto que você entrega mas também à sensação que você provoca ao chegar, ao conversar, ao entrar no negócio.

O mesmo vale para fofoca. Quanto a esta vale lembrar: se falam de alguém para você, falam de você para alguém. Evite, corte. Mantenha a distância, mude de assunto. No caso de comentarem algo, afirme com a cabeça que está ouvindo e não estenda a coversa.

Fazer fofoca, prolongar-se em conversas pessoais que não sejam agradáveis, contar detalhes desnecessários sobre a vida pessoal, tudo isso cotribui para formar um ambiente pesado, para tornar sua imagem profissioal algo não tão agradável.

Corra para o outro lado. Reserve pensamentos bons antes de sair para o trabalho. Pense nas metas que atingiu, nas pessoas que cruzaram seu caminho e te beneficiaram. Certamente você vai encontrar isso. Valorize o que é bom pois as coisas têm o peso que cada um dá.

Caso, pessoalmente, você esteja com dificuldades, procure ajuda profissional. Caso sua empresa como um todo esteja com dificuldades neste sentido, procure ajuda profissional; não deixe a situação simplesmente "rolar".

Cuide-se. Ofereça o que o cliente quer dentro do que você pode oferecer. E lembre-se: as pessoas e empresas sempre estão mais abertas a quem está olhando para o lado positivo da vida e das situações pois problemas todos têm.