quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Xarope e Portas Abertas

Uma amiga me contou uma história a qual relatarei aqui. Confesso que pode parecer algo até corriqueiro, mas vejo como uma história de terror.

Após três idas ao pronto-socorro em função de uma tosse que não passava, ao ler a bula do último (e caríssimo) remédio que o plantonista a recomendou tomar, ela descobriu que o mesmo poderia ter tantos efeitos colaterais quanto uma quimioterapia (sem exagero).

Optou por procurar outro médico na guia de médicos do plano de saúde, desde que fosse atendida ainda naquele dia. Ao ligar para uns quatro, conseguiu um que, diante de seu apelo, concordou em recebê-la.

Ele viu o raio-x e disse que os pulmões estavam limpos. Ouviu os pulmões e novamente "seus pulmões estão limpinhos", fez um outro diagnóstico, recomendou um xarope e pediu para revê-la na semana seguinte.

Ao retornar, já refeita da tosse, o médico a recebeu, ouviu a respiração e disse "Olha só, mas que beleza!! Os pulmões estão ótimos! Melhoraram mesmo, hein?" (espanto!) "Você tomou o comprimido como lhe falei, certo? Foram quantos mesmo?".

Espantada com as palavras do médico, ela perguntou se ele havia lido a ficha dela e ele "ah, desculpe! Só dei uma olhadinha rápida e acho que não anotei tudo na última consulta" (espanto!) COMO ASSIM??????

Gosto do exemplo médico pois, erros neste setor podem causar mortes ou sequelas irreversíveis mas o fato é que em todos os setores as coisas em atendimento tem andado um pouco assim, largadas.

Ao mesmo tempo que percebo poucos e bons prestadores de serviço se dedicando ao cliente, a grande maioria pisa na bola e feio. E a  verdade é que essas pessoas continuam atentendo e com fila na porta, o que é mais impressionante ainda. Mas, por quanto tempo, hein?

Elencando algumas necessidades básicas:
- Presença: as pessoas, ao atenderem, parecem estar em qualquer lugar, menos naquele local. Quando estamos com o outro, seja ele quem for, precisamos estar presentes. Na verdade, precisamos aprender a estar presentes conosco mesmos antes de tudo.
- Atenção: Ouvir o que o outro deseja, saber quem se está atendendo e demonstrar sua atenção. Ou seja: precisa de educação, não é mesmo?
- Mostrar ao outro que ele é importante: é tão raro acontecer que, quem consegue imprimir esta prática, se diferencia por muito tempo.
- Lembrar-se sempre que sem cliente não tem negócio. Isso é o mais básico.

Ou seja: para manter-se no mercado ou realmente diferenciar-se, vale à pena investir no atendimento, estar atento ao mesmo, cuidar de si, do seu negócio, dos seus clientes, sejam eles quem forem, internos ou externos.

Se abrimos nossas portas, devemos sempre dar boas vindas a quem entrar. Caso contrário é melhor fechar e pronto.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Chefe na Linha de Frente

Vamos imaginar a seguinte cena: fim de ano, uma loja de roupas. Normalmente a loja precisa de uns seis vendedores para dar conta do movimento em horário de pico mas, por um motivo ou outro, dois deles pedem demissão lá pelo dia 20 de novembro. Ui! O gerente desta loja costumava ficar no escritório no segundo andar só supervisionando mas, depois de umas quatro reclamações formais seguidas, resolve dar uma descidinha do escritório para ajudar sua equipe a dar conta do recado.

Como deverá ser sua atuação? Vale à pena ficar atento não só se você tiver um papel parecido com o deste cidadão-gerente mas também se estiver na equipe do mesmo.

Primeira pergunta que o gerente deve se fazer: A equipe funcionava bem antes dos dois saírem? (Caso não, você já deveria ter feito algo antes mas...siga para a segunda).

Segunda pergunta: Por que eu estou descendo? Para que a equipe passe a funcionar bem com quatro vendedores ou para "cobrir" este que está faltando?

Deixe claras estas respostas para que sua atuação nesse momento de transição não acabe prejudicando ainda mais o grupo. Uma vez que o gerente vem para a linha de frente para cobrir um funcionário que está faltando, ele tornar-se-á um colaborador de frente como os outros. Claro que não perderá sua "super-visão" estratégica, podendo implementar ajustes mas, ao mesmo tempo, não poderá ficar simplesmente identificando necessidades e dando ordens enquanto o circo está pegando fogo.

No momento em que ele está substituindo, é interessante que foque seu trabalho no atendimento às pessoas. Este exercício poderia inclusive ser feito sem que houvesse necessidade, num momento em que ele optasse por estar na pele de seus funcionários para poder identificar questões, verificar os ajustes (como já disse anteriormente) e observar a atuação da equipe como um todo.

Após esta experiência (obrigatória ou não) vale à pena sentar, repensar ações e dar um feedback para os funcionários ou parabenizando (caso tudo esteja rodando bem) ou mesmo acertando o que for preciso.

Isto pode aproximar e unir a equipe legitimando a liderança, sendo um momento de ação realmente conjunta e especial.

Outro ponto a ter cuidado: se a equipe tiver um líder, trabalhe em conjunto com este. Não o desqualifique simplesmente assumindo seu papel. É uma ótima hora de legitimá-lo e verificar como está sua condução.

Aproveite a oportunidade como uma chance de olhar para o que é necessário e que pode infelizmente ficar fora de alcance na correria do dia a dia. Não tenha medo de, ao agir como um vendedor, no caso, que seus colaboradores percam o respeito por você e o vejam como um igual. É como você vai conduzir esta experiência que vai poder fortalecê-lo mais; não sua ação pontual.

Quando se tem medo e tenta se afirmar através de ordens e feedbacks fora de hora (sabe aquela cena em que você, como comprador antigo de uma loja, ve o vendedor que sempre te atende e que você adora tomar uma super bronca na frente de todos?) é o momento em que a liderança fica questionada e tanto colaboradores quanto clientes podem simplesmente pensar ou até dizer em voz beeeem baixinha: "Mas que babaca!!! Não precisava...".

É quase Natal...e hora de transformar os momentos de correria e sufoco em verdadeiras oportunidades de revisão.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Caos e os Papéis da Nossa Vida

Não é meu costume falar da vida pessoal mas, aproveitando o momento, vou falar sobre tempo, rotina, imprevistos, loucura. Pois, como podem ter notado, fiquei um tempão sem escrever e, não por acaso isto está relacionado a todos os itens acima citados.

Não posso dizer que gosto ou não de rotina. Quando estou em uma muito rígida, sinto vontade de quebrar com tudo e quando tudo está muito quebrado, uma rotina até que vai bem. Sendo assim, tenho vivido minha vida nesta constante busca por um equilíbrio de ter alguma rotina não muito rígida que me permita dar meus vôos, saltos e criar além do previsto.

Nos últimos meses, entretanto, tenho vivido uma realidade que envolve o casamento com uma pessoa realmente especial, a reforma de uma casa, projetos profissionais acontecendo, aulas para dar, a espera de um bebê (!!!), o blog que alimento com muito prazer, a casa para cuidar, os bichos para cuidar (uma gata e um cão). E garanto que, tirando o fato da faxineira ter nos abandonado (por que será?) todo o restante foi muito bem planejado.

Só não planejamos as dimensões talvez. Em algum lugar da minha imaginação, eu sempre acho que vou dar conta. No caso, nós sempre achamos que vamos dar conta e que tudo vai dar certo. E sempre deu certo mesmo. Mas até isso acontecer, ufa! Haja estabelecimento de prioridades, paciência, persistência, lidar com cansaço, equilibrar a vida, as emoções.

(Estamos com um cão de guarda na obra pois estouraram o cadeado duas vezes. É necessário trancar o cão para os pintores entrarem. Hoje cedo fui trancar o cão, os pintores entraram, voltei, sentei para trabalhar e cinco minutos depois "Ô dona Priscila! O cão escapou!" "Vocês estão seguros dentro da casa?" "Sim, tudo bem. Estamos esperando a senhora". E lá vou eu socorrer os colaboradores da obra...feliz porque a casa já está amarela (meu sonho) e com um pouco de inveja do cão que está bem sossegado na frente do quintal.)

Me veio à mente uma dinâmica que apliquei há muito tempo: pegávamos 8 pedacinhos de papel e em cada um deles escrevíamos um papel que desempenhávamos em nossas vidas. Podia ser "profissional", "mãe", "esposa", "filha", "voluntária", "vizinha", "cidadã" e por aí ia o negócio. A dinâmica consistia em falar que alguma coisa aconteceu e precisávamos abrir mão de um dos papéis. E assim ia até ficarmos com aquele que era o mais importante. Lembro que eu via lágrimas escorrendo nos rostos de homens e mulheres à medida que os papéis iam sendo deixados para priorizar outros. Eu achava só interessante na época, pois não desempenhava tantos assim. Hoje tudo mudou. E todos os dias eu preciso reembaralhar e escoher os meus papéis do dia. Comemorar os eleitos, chorar pelos deixados.

Não é fácil. Mas é assim o crescimento e o autoconhecimento: uma sucessão de tombos, de alegrias, de escolhas.

E é assim que tudo se organiza, assim que se aprende e como a vida segue. Com a certeza de que a tempestade vai passar, de que vamos rir de toda essa situação regados a uma boa taça de vinho e, acima de tudo, que as coisas mais importantes permanecem. Afinal, não é o teto da casa o mais importante...mas sim a quem ele abriga.

E para não mudar o tom deste post muito radicalmente, seguem as perguntas...: Quais são seus papéis, suas prioridades, seus sonhos e confusões? O que, para você, é o mais importante hoje?

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

DOS FUNDOS PARA A FRENTE

Bem, após algum silêncio, seguem algumas reflexões sobre uma realidade um tanto comum na qual venho reparando e com que me deparei fortemente nas últimas semanas:

Por que razão será que o trabalhador que é a operação do negócio fica, normalmente (que se faça justiça aos que têm uma visão diferente) deixado em segundo plano nas empresas?

O que verifico em alguns locais que visito é que, em geral, ao administrativo se reservam as melhores salas, instalações, ar condicionado, etc (cadeiras anatômicas, café quentinho a toda hora, por exemplo) e ao pessoal que faz o produto final ou que presta o serviço que é a razão de existir daquela empresa, em geral há maiores dificuldades burocráticas, piores instalações, pouco acesso à direção e pouca voz.

Não gostaria de me limitar ao por que, lembrando daquele texto anterior "me pergunte o que ao invés de por que" mas me dá uma cosquinha imaginativa e o que mais me parece é que não se dá voz "ao povo de frente" por medo. Medo de que vejam seu verdadeiro valor, de que ganhem voz e de alguma forma se empoderem do que é realmente deles. Pois, se o padeiro parar de fazer pão...já se sabe o que acontece com a padaria. Ele pode até ser substituído mas não sem um período de confusão.

O resultado é nítido: trabalhadores ganhando mal, sentindo-se pouco valorizados e loucos para fazerem qualquer coisa a trabalhar naquele local que pouco os valoriza. Se estão lá, estão como se fossem presos (pela estabilidade, salário certo ou outro motivo qualquer) e o risco...ah...que poucos líderes vêem também...o risco vai para a qualidade do atendimento, do produto; vai para a negligência, o pouco caso, o corpo mole e aí ouvimos "não sei mais o que fazer com esse pessoal preguiçoso!!". Há! Vem cá que eu te conto.

Alguns locais já descobriram a mágica de bem tratar quem trata e cuida diretamente de seus clientes. Quem já descobriu o verdadeiro valor do termo "cliente interno" e estes têm resultado positivo certo. Pessoas que não trocam aquela ocupação por nada, pois sentem que por elas é feito até mais do que elas oferecem. E retribuem.

Mais uma vez fica a dica: experimente! Se é você que está na linha de frente, dê a dica a quem possa interessar e, se este assim mesmo não se "tocar", acredite...há quem já aplique esta teoria e pode estar esperando por alguém como você, que valoriza ser valorizado.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pontos Altos

Sempre fui uma pessoa de listas. Já cheguei até a escrevê-las na mão para não correr o risco de esquecer nada. Lista do que fazer, do que não esquecer, das tarefas, de passos, planejamento.

Recentemente. um amigo me falou sobre a importância de uma lista que não imaginei pudesse ser tão importante e me trouxesse coisas tão benéficas: lista de coisas que aconteceram comigo e foram boas.

Comecei então a escrever em uma cadernetinha quase todo final de dia sobre aquilo que deu certo, que foi positivo, coisas que aconteceram e que me ajudaram de alguma forma. Lista de coisas boas que passaram por mim: alguém que ligou, um trabalho interessante para o qual fui chamada, uma conversa produtiva, uma pessoa que encontrei, coisas que ganhei, um abraço dado, um bom sentimento ou um pôr do sol que tive a sorte de notar.

Foi muito impressionante quando me dei conta do quanto não guardo na cabeça o que dá certo ou que é bom. Ouvi uma vez um comentário de que temos muito mais facilidade de guardar aquilo que não foi bom, que falamos "sem querer", os fracassos, os "nãos" e as impossibilidades. Ou seja, a dor dos "tombos que levamos" fica muito mais tempo gravada na memória que o prazer das "pingas que tomamos".

E talvez, só escrevendo e registrando, consigamos nos dar conta do quanto coisas boas nos ocorrem todos os dias. Do quanto acertamos ou somos abençoados por bons acontecimentos.

O lado bom disso: ao termos consciência e nos lembrarmos que coisas boas acontecem, temos mais força para persistir pois temos comprovações de que o caminho é o certo, de que nossos esforços estão rendendo resultados, que a boa sorte nos sorri todos os dias. Naturalmente, esse bem estar se reflete em mais benefícios num ciclo positivo e realimentado. Seria um feedback positivo diário para si mesmo.

Durante este processo, me lembrei de um filme no qual os pais, ao final do dia, perguntavam ao filho: quais foram os pontos baixos do seu dia? E os pontos altos?

Pontos baixos para serem analisados e gerarem aprendizados. Pontos Altos para serem comprovados e comemorados.

Celebrar sempre, sem economia...pois os pequenos acontecimentos e passos são o começo das grandes realizações, não é mesmo?

Boa semana! Bons acontecimentos para você!

(Imagem: FIHI-POSITIVE-VIBRATIONS - http://www.toyism.com/home/archives/languid-chessture)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Momento de Recuar

Quando eu tinha por volta de uns 14 anos mais ou menos, tocou a sirene de final do recreio no colégio e saí correndo desembestada (sei lá porque eu queria tanto voltar logo para a aula mas enfim...); no meio do caminho havia uma rede de voleibol estendida e eu "enganchei" o rosto naquilo pois não havia abaixado o suficiente para passar.

Ao invés de inteligentemente recuar e passar com mais calma e com a cabeça mais baixa, eu insisti e fui puxando e puxando a rede (com a cara) até ela ficar beeeem esticadinha e voltar com tudo, arranhando metade do meu rosto. Resultado que parecia que eu havia brigado com um gato. Ficou uma cruz marcada num olho, na testa, um horror.

Não só neste episódio mas em outros, percebia a dificuldade minha e dos outros em recuar. Se eu andei já 5 km, não posso "desperdiçar" isto. Então eu andarei 20km a mais do que o necessário para não desperdiçar os 5 anteriores. Algo assim.

Saber voltar atrás, reconhecer o erro, dar a volta, retornar. Parar. Neste mundo em que tudo é tão corrido, esta prática fica sempre mais e mais difícil. Entretanto percebo que, passados muitos anos desde o episódio acima e percebendo a necessidade de recuo, qunado o faço, a sensação de alívio é (juro!) de economia.

Sinto que me poupei e creio que esta sensação vem principalmente de saber quanto vale 5 e quanto vale 20. Além de que hoje, sei também que 5 andados à toa não necessariamente representam uma perda. Muito pelo contrário, pode ser um ganho de experiência, algo que não irá se repetir nem hoje nem nunca mais pois a lição foi aprendida.

Parar e retornar. Sempre que necessário. Acredite: a paisagem de volta sempre é diferente da de ida e a volta pode significar ganhos além de evitar perdas maiores.

(imagem: JB Online)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

JÁ ESCOLHEU OU NEM QUER OUVIR FALAR?

Dia 3 de outubro está quase chegando. Já escolheu seus representantes? Pediu opinião, pesquisou, pensou e, principalmente, anotou em um local seguro quem são seus candidatos?

Pois então: já faz alguns anos venho percebendo a forte tendência que temos para reclamar. Reclamamos de quase tudo que nos cerca e que ao menos à primeira vista não depende de nós para mudar. Reclamamos das políticas de nossas empresas, das condições de trabalho, da sujeirada em Brasília ou em qualquer local onde os políticos estejam. Reclamamos aos quatro ventos das atitudes e erros daqueles que estão acima de nós. Que representam nosso setor de trabalho, nosso bairro, nossa comunidade, cidade e país.

Ocorre que, na hora de opinar nós mesmos nos omitimos por medo ou preguiça. Outro dia eu escutei "Creeedo Priscila!! Você assiste horário eleitoral? Não tem nada melhor para fazer?"

Olha, tenho sim. Milhões de coisas melhores para fazer mas, este ano, decidi fazer diferente e disponibilizar 50 minutos a cada dois ou três dias para assistir ao Horário Eleitoral Gratuito e ter mais dicas de quem eu escolheria para me representar. Garanto que mal não faz, nem arranca pedaços. De mim particularmente, o horário eleitoral arrancou boas risadas (algumas coisas são realmente hilariantes), muita revolta (porque palhaçada tem limite também) e muito esclarecimento. Descobri pessoas cujo trabalho eu já admirava e que estão se candidatando. Com isso, deu tempo de escolher, de indicar para outros e de anotar. Porque precisamos cobrar. Isso faz parte.

Tenho gostado muito das propagandas do TRE, principalmente aquela do processo seletivo em que um rapaz faz as mesmas perguntas que tantos de nós já ouviram em uma entrevista. Pois é pessoal: agora temos algum poder. E olha só que este poder que muitos passam anos reclamando por não ter, quando é dado, é sumariamente desperdiçado com "Ah!! Detesto política!!". Detesta também ter alguma chance de melhorar a saúde, educação, a segurança em sua cidade, seu estado, seu país? Eu não!

Outro dia precisei tomar uma vacina em um postinho de saúde. Normalmente mesmo para quem não tem carteirinha do SUS este procedimento é bem tranquilo mas eu ouvi "Olha, para os nossos pacientes, nós aplicamos nestas condições. Se não é paciente NOSSO, então tem que esperar mais X tempo."............ Oi?! Eu escutei bem "NOSSOS PACIENTES"? Quem paga uma super quantia de imposto durante o ano é quem mesmo?? Ah! Eu, né? Então eu sou vosso paciente também.

Essas coisas são as pequenas que temos como mudar mais facilmente, cobrar, etc, pois são políticas locais. As grandes também temos como uma vez que, feita muita pressão e, principalmente lembrando de em quem você votou e cobrando, o efeito é bem maior do que não haver cobrança nenhuma.

Temos a terrível mania do "deixa quieto". Não cobrar, contornar e cotentar-se com migalhas. Em tudo, não somente em relação à política, este é um traço do povo brasileiro: não cobra e não fala quando é a hora mas adooooora reclamar pelas costas. Adiantou alguma vez?

Enquanto você tem que cuidar de qualquer doença sua contornando o SUS ou o Plano de Saúde para saber se seu caso é reembonsável, urgente ou emergência, é com seu dinheiro que todos os políticos seguem lépidos e trépidos rumo ao Sírio Libanês para qualquer dor de garganta enquanto você pensa "Ah...queria tanto que meu plano cobrisse o Sírio". Ele está lá com seu dinheiro, sabia? E você deveria cobrar por ter qualidade no seu atendimento de saúde, seja ele qual for e não somente querer ganhar mais para poder frequentar o mesmo local que eles. Você já paga por isso.

Vamos ser mais responsáveis. Vamos fazer nossa parte. Falta pouco tempo mas ainda dá para fazer uma escolha consciente e participar efetivamente dos rumos da nossa sociedade nos próximos anos.

Ser cidadãos não só por obrigação, mas diariamente...

BOA SEMANA!!!

(site da imagem: varzeanovanews.blogspot.com)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fim de Feriado

Terminou o feriado e quantos conseguem olhar para a quarta-feira de trabalho com algum entusiasmo? A volta à rotina pode ser um peso ou fonte de alegria dependendo de como esteja a situação da pessoa em relação à sua vida profissional. O ânimo ao final deste 7 de setembro é um ótimo termômetro.

A vida é curta e, não importa o que façamos, o tempo tem passado extremamente rápido. De meta em meta lá se vai o mês, o trimestre, o ano...e mal percebemos o que aconteceu conosco além de um ou outro fio de cabelo branco a mais. Se não olharmos para além disso, corremos o risco de passarmos a vida toda ansiando por feriados e lamentando o término deles como se o único refresco que a vida nos desse fossem os feriados, férias e finais de semana.

A vida tem muito mais a oferecer que isso. E qualquer um de nós pode ir atrás. Não se contente em ter "prazer profissional" apenas às sextas-feiras. Procure pelo motivo de seu trabalho não lhe dar o prazer devido. Pergunte-se onde está aquilo que falta para sua autorealização e busque. Não deixe o tempo passar simplesmente enquanto você marca passo no mesmo lugar, fazendo as coisas sempre do mesmo jeito.

Estabeleça seu objetivo, trace metas alcançáveis e estabeleça ações semanais para cumpri-las. Assim ficará muito mais fácil conseguir atingir seus sonhos e viver muito mais dias de prazer que somente sextas e feriados.

Não delegue seu crescimento profissional a terceiros e não os responsabilize pelos acontecimentos não serem aqueles que você espera pois você é o único que pode realmente mudar e buscar alternativas que o satisfaçam, sejam estas no mesmo lugar, em outro ou até exercendo uma atividade totalmente diferente da atual.

Lembre-se que a cada dia de trabalho que termina, muitos de nós falamos "mais um dia" quando, na verdade, é menos um dia.

Menos um dia de vida que você terá até o final.

Sendo assim, pense: você o viveu como gostaria? Fez coisas que lhe trouxeram satisfação, falou com quem precisava? Qual a sensação que teve ao final de menos um dia? Frustração ou satisfação por um dia bem vivido?

Boa quarta-feira! Com novos ou velhos sonhos e caminhando com mais assertividade em direção aos mesmos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Desacordo

Tanto ouvimos falar da importância de se manter a palavra, apesar da quantidade de vezes que as pessoas simplesmente ignoram este item. Acordo, palavra, dar a mão, contrato no "fio do bigode".

Quando uma pessoa, seja ela profissional ou não, se compromete, a outra parte deposita naquele acordo a confiança de que o que foi acordado acontecerá. Frases como "não se preocupe pois vou honrar com a minha palavra" são ditas e em geral se acredita nisso havendo ou não um contrato o que, pessoalmente, eu penso que nem deveria ser necessário, apesar de hoje ser indispensável.

Entretanto, na segunda curva de dificuldade muitas pessoas simplesmente desistem. Viram para a parte e falam "olha, sinto muito mas não vou conseguir cumprir o que foi combinado". Simples, rápido, prático e o abacaxi cai no colo do outro. O que surpreende é que quando se fecha um acordo em que há vantagens para todos os lados, sempre há pessoas de postura ereta, voz grossa e mão firme, além da rápida caneta para assinar (ou não). Mas, quando se vai desistir, o jogo é ágil e nem se é lembrado do aperto de mão, da confiança depositada ou até do abraço dado.

Tudo se esvai no esquecimento e é plantada a amarga sensação de que era tudo falso.

Não sei se a intenção é falsa nestes momentos. Talvez as pessoas realmente queiram terminar o que prometem. Mas a sensação é que hoje são crianças a fazerem acordos. Fácil apertar a mão, difícil cumprir a sua parte (e quase sempre é) e muito mais fácil largar as coisas pela metade, lamentando profundamente e deixando não só um vazio mas aquela dúvida em relação à humanidade: piorou ou sempre foi assim?

Escolhas e Reescolhas de Carreira

Fui convidada por um colégio a dar uma palestra na semana passada sobre Mercado de Trabalho para o pessoal que está prestando vestibular e fazendo suas escolhas de profissão. Inicialmente, pensei sobre o óbvio: falar quais as profissões mais quentes ou menos, qual paga mal ou bem, tem maior empregabilidade, etc.

Felizmente a Você SA saiu na frente e fez uma publicação só sobre isso. Isenta de falar sobre esta vertente do mercado, coloquei-me a pensar sobre o que então eu falaria e aí saíram dois tópicos:

1) O que o mercado de trabalho oferece enquanto estilo de vida para cada profissão.

Você escolhe a profissão normalmente pela atividade pontual da mesma (médicos cuidam da saúde das pessoas, administradores gerenciam empresas, advogados defendem causas na justiça, etc). Mas já parou para pensar que poucos de nós, lá atrás, olhamos algo além do Guia do Estudante e fomos pesquisar que tipo de vida afinal, cada profissional tende a levar em uma determinada área?

2) O que o mercado de trabalho espera de você.
Da mesma forma, não pensando somente em técnica, mas principalmente em comportamento profissional. Na lista não havia idiomas, faculdades, áreas, experiência, etc. Somente comportamentos que provavelmente são desejados por qualquer tipo de organização.

Vale à pena pensar por este lado e enxergarmos nossas carreiras de uma forma mais integral. Se já fizemos nossa escolha inicial lá atrás, no século passado talvez, que tal pararmos para pensar nas escolhas que podemos fazer daqui para frente?

Reestruturar nossas vidas dentro da atual profissão ou nos planejando para iniciar um novo caminho mas, claro, planejando e pesquisando bem antes. Preparando-se integralmente. Que tipo de vida eu quero levar daqui para frente? Quanto tempo quero ter para a minha família, amigos, esporte, lazer, hobbies abandonados? Em que tipo de empresa quero trabalhar ou como seria talvez trabalhar por conta própria?

"O trabalho que for exercer é aquilo que você vai construir, aquilo em que se verá. A sua criação, na qual você cria a si mesmo à medida em que cria o mundo." (Cortella, Mario S.)

Sempre é tempo de recomeçar.


(site da figura: psicologaonline.com.br)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Poder-Sobre e o Poder-Para

Continuo com "Poder&Amor" de Adam Kahane e a cada página os conceitos vão ficando mais claros e tão facilmente encaixáveis ao que observamos em nosso dia a dia. Fiz questão de sublinhar este trecho:

"O lado generativo do poder é o poder-para, a que Paul Tillich se refere como impulso para a autorrealização. O lado degenarativo, sombrio, do poder, é o poder-sobre - o furto ou a supressão da autorrealização do outro."

Ele segue desenvolvendo este conceito colocando que muitas vezes aquele que exerce o poder-para tem um limite para tanto. Na verdade, é um poder-sobre disfarçado. Ele faz pelo outro, desde que o outro ande conforme sua cartilha. Caso fuja do caminho traçado ou esperado, ele exerce o poder-sobre justificando-se inclusive com "fiz de tudo mas a pessoa não quer se ajudar".

Infelizmente cheguei a sentir calafrios me lembrando da quantidade de pessoas que conheci que exercem ou exerceram em algum momento este tipo de poder. Verifiquei momentos em que essa ação se inicia com uma declaração de cuidado, algo como "estou fazendo isso pois me preocupo com vocês".

Não por acaso nunca fui fã do estilo de líderança paternalista. Sempre preferi particularmente pessoas que liderassem respeitando o fato de que trabalham com adultos. Mas, por incrível que pareça, o mundo está cheio de pessoas querendo ser "pais" e outros tantos doidos para serem "adotados".

Não acredito que isso gere desenvolvimento nem de projetos e muito menos de pessoas. É como se o setor ou empresa fosse um pequeno reino e o líder, por consequência, o reizinho. E algumas vezes percebi que estes "reizinhos" acabam tão convencidos de seu reinado que mesmo no "mundo lá fora" apresentam comportamentos de soberania questionando, rompendo leis e brigando com autoridades verdadeiras.

Enfim...pensar nas diferenças entre ser um líder servidor que realmente faz pelo liderado, pela empresa e comunidade e o líder soberano que imagina precisar cuidar de todos pois sem isso talvez os mesmos não pudessem sobreviver. Ele não cuida do outro. Ele cuida única e exclusivamente de si próprio (às vezes inconscientemente).

A fundamental diferença entre "Eu penso que o melhor para você agora seja..." e "Gostaria de conversar com você sobre as alternativas que temos para a sua atual situação. Quais são suas ideias no momento?"


(site da imagem: overmundo.com.br)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quando o Chefe não Escuta...

Em março comentei sobre algumas técnicas sobre como conversarmos melhor com os outros, principalmente aprendendo a ouvir e estar presente em qualquer diálogo.

Quando somos nós que estamos conscientes das nossas dificuldades de ouvir e dialogar adequadamente, tudo fica fácil pois temos poder para mudar. Mas e quando a dificuldade está no outro e este é nosso chefe ou aquele cliente difícil, o que fazer?

É mais ou menos assim que ocorre: você começa a expor o caso em uma reunião, a pessoa simplesmente acha que sabe qual a sua próxima palavra e:

a) completa sua frase e/ou
b) repete "eu sei" antes de você terminar a frase e/ou
c) antes de ouvir tudo, já te fornece a solução e/ou
d) pior: antes de ouvir, deduz que você fez tudo errado e já te dá a maior bronca.

Creio que seja uma das situações mais irritantes pelas quais um profissional passa e requer grande jogo de cintura para que a inabilidade alheia não gere mal entendidos ou perdas maiores.

Sendo assim, coloco aqui uma série de dicas que foram levantadas por um grupo de profissionais com o qual trabalhei. Eles falaram sobre as dificuldades em lidar com seus próprios líderes e algumas soluções testadas e aprovadas. Acompanhe:

- Mantenha-se calmo e sereno o tanto quanto conseguir. Se estiver dífícil, respire fundo.

- Evite interromper o chefe. Em geral, este tipo de chefe não gosta de ser interrompido e não vai escutá-lo neste caso. Para garantir, leve algumas balinhas no bolso. Quando ele o interromper, coloque uma balinha na boca e saboreie até que ele termine de falar. Cuidado para não exagerar na balinha.

- Mantenha o mesmo tom de voz do começo de sua exposição ao final.

- E o grande truque: não emende o seu assunto no dele, tentando pegar algum gancho para finalmente concluir o que precisa falar. Simplesmente retome o assunto exatamente de onde você parou, como se ele jamais o tivesse interrompido. Enfatize sua ação, retomando o tema com "Como eu estava dizendo...".

Estas técnicas acabam por gerar um efeito cumulativo (ele aprende que não é produtivo interrompê-lo) e, além de haver mais chances de ele escutar tudo que você vai dizer, pode ser que mude a forma de conversar com você em outras ocasiões.

Quer testar? :-)

Boa sorte!! Boa semana!!
(e depois conte o que aconteceu)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Primeiros Tempos no Trabalho Novo

Começar um novo trabalho, mesmo depois de ter passado por esta experiência outras vezes, é sempre uma situação no mínimo estranha. Não se conhece ninguém (ou quase ninguém) e os outros também não nos conhecem.

Muitas vezes, dependendo do local e da situação da empresa em que estejamos entrando, ainda podemos ser vistos como ameaça. Isto me lembra uma experiência pessoal em que, seis meses depois de entrar em uma empresa, três dos quais fui sumariamente ignorada pela equipe, soube que havia uma forte desconfiança de que eu era uma espiã da gerência de pessoal (!!!), uma vez que estava, enviada por eles em uma experiência de job rotation.

Excessos à parte, existem sim formas de passarmos por este começo de maneira mais confortável, conquistando nosso espaço de maneira consistente e não ameaçadora para aqueles que já estão lá.

Em qualquer lugar em que se entra sem conhecermos bem o que é prudente fazer? Abrir bem os olhos, os ouvidos e falar pouco para se poder ouvir com mais nitidez todos os sons que nos sinalizem oportunidades ou perigos. E assim é em uma empresa nova.

Preste bastante atenção em tudo: os hábitos, a linguagem, as dificuldades sinalizadas. Tire dúvidas sobre o que não entender, sempre atento a não incomodar aquele que foi designado para acompanhá-lo nestes primeiros passos. Esteja aberto, estenda a mão e mostre-se disposto. Siga em frente.

Entre para jogar mas sempre como parte do time, mesmo que seja você o atacante. Demonstre que os outros são importantes para que você assuma suas novas tarefas.

Se perceber algum tipo de resistência por parte de um grupo ou pessoa específica, não recue. Aproxime-se com jeito e deixe claro, porém de maneira sutil, que você está lá para somar e não ameaçar.

Vá abrindo seu espaço com inteligência e ciente de que, se você se sente inseguro o outro pode estar dez vezes mais. A diferença é que você acabou de ser admitido, provou seu valor em um processo seletivo. O outro você não sabe em que momento está.

Assuma suas tarefas, aproveite. Um novo emprego é uma porta aberta com novas oportunidades. Seja, acima de tudo, feliz no que faz e divirta-se! Um trabalho deve ser, antes de qualquer coisa, fonte de crescimento profissional e principalmente pessoal.

Mas Bem Explicadinho Mesmo! (Parte 2 do anterior)

Parece que o artigo anterior chamou a atenção de alguns que me mandaram complementações por email. 

Muito obrigada leitores e mandem sempre complementações, comentários ou até mesmo sugestões de temas que gostariam de ver explorados aqui, como aconteceu hoje também.

Incrementando portanto o artigo anterior, o Seu Luiz Liske (adivinhem pai de quem!!) mandou pontos importantes: no início deste período de experiência com o colaborador deve haver uma lista bem detalhada das expectativas que se tem em relação ao ele, as metas que ele deverá cumprir no período e o escopo deste "mandato", ou seja, em que estas tarefas consistirão.

Além disso, coloca Luiz "(...)Se o líder que está querendo promover alguém for REALMENTE competente e AUTOCONFIANTE, ele pode sugerir também algumas áreas em que o subordinado em experiência poderá surpreendê-lo: tarefas como 'amansar' alguém mais difícil de lidar, induzir um grupo encarregado de tarefas aborrecidas a ficar mais focado no trabalho, reduzir faltas, etc. A lista é infinita."

E termina com um detalhe fundamental: o grupo como um todo deve estar preparado para este momento de experiência pois, por exemplo, em um caso de se delegar um posto de liderança sem o grupo saber, as chances de dar errado são imensas simplesmente porque as pessoas não vão entender uma ordem, um feedback ou um direcionamento daquele que até outro dia era só um colega.

Pai, obrigada pelas colaborações! Assim tudo fica bem explicado e muito mais completo!!

Tudo Beeem Explicadinho



Imaginem esta situação: um chefe, percebendo que um colaborador tem potencial para um cargo melhor, lhe propõe um tempo de experiência na nova função sem dar a promoção (o que é bastante prudente).

Após a experiência, o chefe sinaliza que ainda há pontos a serem melhorados, sinaliza-os e mantém o colaborador ainda na expectativa de que poderá conseguir atingir o seu objetivo.

Continuando a história, o chefe não dá mais retornos formais e não fala mais no assunto. Quando o colaborador questiona se a vaga ainda está disponível, o chefe fala que sim, está e que ele está no caminho certo; que continue assim pois, em breve, estará apto a ocupar o tal cargo. Não há prazos e as informações são mais vagas.

O tempo passa...nada acontece. A vaga fica aberta, e o retorno não vem.
...

Quando se vê potencial em alguém e sinaliza-se o que se espera e as oportunidades para esta pessoa, deseja-se mesmo que ela se promova, que cresça, que assuma novas responsabilidades.

Mas, se isso não acontece, o provável medo de falar claramente "parceiro, infelizmente você não atingiu o que era desejado" acaba atrapalhando o processo e, o pior, o colaborador ao invés de rever onde ele poderia ter melhorado, acaba usando seu precioso tempo responsabilizando o líder por sua inabilidade de comunicação e relacionamento.

Um dos problemas de muitos seres humanos é querer agradar a todos, só dar boas notícias, corresponder às expectativas. E para isso, acaba-se saindo do foco pois quando se é líder é preciso olhar para as pessoas mas também, e principalmente, para o negócio como um todo.

Para desagradar é preciso coragem e autoconfiança. E a autoconfiança tende a fazer com que se ganhe a confiança dos demais mesmo não agradando sempre.

Havendo incoerência ou não entendimento em relação às atitudes do líder, a confiança do colaborador neste tende a ficar abalada. Tanto melhor saber porque não se chegou a um cargo e ter noção clara do que faltou para se conseguir a achar que está indo muito bem e depois a oportunidade virar algo etéreo e que nem se sabe se ainda realmente existe.

Comunicar sempre, por pior que a notícia seja e não adiar isso nunca.

E ao colaborador que fica sem a explicação, vale sempre munir-se da mesma coragem e perguntar simplesmente ao chefe"O que faltou para eu atingir o objetivo? Quais são os próximos passos e qual prazo eu tenho para melhorar?".
Consigo, ele deve fazer uma avaliação dos passos a tomar para conquistar novas oportunidades e poder crescer na atual ou em outras empresas. Ou seja: analisar o que se pode fazer e não perder tempo julgando a inabilidade alheia.

Boa semana!! Bom trabalho!!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sempre Melhor


Sempre é bom dar uma variada de áreas e passear por publicações diferentes das que costumamos acompanhar.

Nos fornecem diferentes pontos de vista e voltamos a perceber a realidade como algo muito maior que a nossa escrivaninha e nosso dia a dia de trabalho, seja ele qual for.

Enfim...e passeando pela O2, que é uma revista de corrida e estilo de vida (vale à pena até para quem não corre) me deparei com uma frase de Steve Prefontaine que...bem, fala por si só:

"DAR MENOS QUE O SEU MELHOR É SACRIFICAR O DOM."

Acredito muito nisso e creio que sacrificar o dom é também não prestar atenção ao mesmo e seguir pelo caminho mais fácil, mais conveniente e mais aceitável por todos.

Entretanto, ao acolher e abraçar o dom, caminhos diferentes se abrem e aquela possibilidade de ser o melhor está muito mais próxima.

Olhar para dentro, aproveitar o que já se possui naturalmente e melhorar. Sempre! Todos os dias.

(Na foto Prefontaine e a frase "Muitas pessoas correm para ver quem é o mais rápido. Eu corro para ver quem tem mais raça.")

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Tempo e a Liderança


Semana passada ministrei um treinamento sobre Gestão de Pessoas. Durante o levantamento de expectativas, apareceu um bom número de pessoas falando sobre a dificuldade em dar conta de suas tarefas do dia-a-dia e exercer seu papel de líder ao mesmo tempo.

Realmente não é fácil e quando não se cosegue equilibrar os dois papéis sabemos que um dos lados acaba sendo prejudicado e, acreditem: ou temos liderados insatisfeitos, tarefas mal feitas ou ainda a invasão em nossa vida privada porque precisamos ficar até mais tarde (no horário comercial sou líder e depois das 18:00h eu começo a fazer o meu trabalho, algo assim).

Acredito que tudo pode e deve ser equilibrado e, bem, existem alguns "truques" que podemos considerar para não onerar nenhum dos nossos lados mas, atenção: perfeição não existe e quando se trata de sobrecarga aquela boa e velha frase "O ótimo é inimigo do bom" impera.

Vamos lá...comecemos com uma lista: antes de sair do escritório no final da tarde (o ideal é que assim seja), faça uma lista. Anote em sua agenda tudo que se lembra que precisa ser feito para o dia seguinte. Veja se tudo realmente precisa ser feito no dia seguinte e garanta pelo menos uma ou duas horas para os imprevistos e pessoas que tenham que falar contigo.

Não fuja das tarefas mais difíceis ou das tarefas mais duras. Uma vez resolvidas, elas dão motivação para enfrentar todas as outras. Se as adiamos acabamos tendo a nítida sensação de que estamos empurrando o problema com a barriga.

Colaboradores interrompem para pedir algo ou tirar dúvidas. Claro que há a tentação de resolver aquilo na hora (ao mesmo tempo em que se entra na cabine e coloca a roupa do Super-Homem) mas só o faça se não estiver ocupado ou se o caso for urgente. Caso não seja esta a situação, preveja quando terminará a tarefa que está fazendo e marque um horário em comum acordo "Podemos falar às 16h00?" Isso não quebrará sua atividade e pode ser que neste tempo ele mesmo encontre a solução por si só.

Caso ele encontre, não se martirize. É somente um sinal de que ele está crescendo profissionalmente e isso complementa sua equipe. Caso não encontre faz parte de ser líder ensinar as pessoas a resolver questões através da delegação. Ajude-o a pensar sobre a solução, pergunte o que ele acha, o que ele faria, corrija pontos que achar interessantes e o incentive a buscar as soluções por si só, a pensar. Veja bem: você não largou, você orientou sem dar respostas prontas pois estas sempre farão com que ele volte em um momento de dúvida.

Pequenas mudanças que fazem diferença. Experimente.

"Poder & Amor"


Olá Pessoal!

Mudando um pouco o tipo de post (porque sim, mudar é preciso), segue uma preciosa indicação de livro.

Há dois anos mais ou menos fui apresentada ao Grupo SOL - The Society for Organizational Learning - www.solonline.org.br ou www.solonline.org e com isto conheci um autor que tem me cativado continuamente - Adam Kahane.

Vou citar um trecho da introdução do último livro dele que saiu pela Editora Senac. Recomendo MUITO! Não só para quem trata de questões sociais direta e propriamente ditas mas para quem está inserido no meio corporativo. Trata-se de "Poder & Amor - Teoria e Prática da Mudança Social" e, para dar o gostinho, segue um trecho que creio, resume o propósito deste livro:

"(...)'O amor e a vontade são interdependentes e pretencem um ao outro. Ambos são processos conjuntivos do ser - uma tentativa de alcançar e influenciar os outros moldando, formando e criando uma consciência do outro. Mas isso só é possível do ponto de vista interno, se ambos (o amor e a vontade) se abrirem, ao mesmo tempo, um para a influência do outro. A vontade sem o amor torna-se manipulação, e o amor sem a vontade torna-se sentimental. E aí se rompe o fundamento das emoções e processos conjuntivos.'

Os processos conjuntivos de May também operam no nível social, de modo que só podemos criar mudanças sociais não violentas se formos capazes de empenhar tanto nosso poder como nosso amor.

Martin Luther King Jr., um dos maiores agentes de mudança social não violenta, era ao mesmo tempo um ativista prático e um líder espiritual. Para enfrentar os mais complexos desafios sociais, indicou um caminho acima da guerra agressiva e da paz submissa, contribuindo para a criação de novas realidades sociais nos Estados Unidos e no mundo. (...) 'O poder sem o amor é imprudente e abusivo', disse (King), 'e o amor sem o poder é sentimental e anêmico'".

Só o comecinho...imaginem o restante.

Ao final do ano passado, estruturei um trabalho juntamente com o Professor Minoru Ueda baseado nos livros "Como Resolver Problemas Complexos" (Adam Kahane), "Presença" (Peter Senge, Otto Scharmer, Joseph Jaworski e Betty Sue Flowers), no qual Kahane é muito citato e "A Dança das Mudanças" também de Senge. O resultado foi muito bom e aguarda para entrar em sala. Agora, com este novo livro, creio que poderemos revisitá-lo para complementações.

Boa semana!!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dicas para aplicar uma boa entrevista



Creio eu que a maioria de nós considera que entrevistar não é uma tarefa difícil mas, infelizmente, isto não resulta em entrevistas necessariamente bem feitas. Particularmente, já entrevistei bastante gente e já fui entrevistada um outro tanto. Nos dois casos, algumas foram boas e outras deixaram a desejar.

Quando não somos especialistas no assunto e, principalmente, quando vamos entrevistar alguém para trabalhar diretamente conosco, um dos pontos a considerar quando se faz uma entrevista é a sensação de poder que a situação nos confere. E justamente esta nos leva ao erro mais fatal: falar mais que ouvir. Não prestar atenção às entrelinhas. Ficamos tão imbuídos daquele sentimento de superioridade que tendemos a querer realmente aparecer, mostrar a brilhante oportunidade que o candidato tem e acabamos metendo os pés pelas mãos.

Sendo assim, elenco aqui alguns pontos que poderão ajudá-lo nesta tarefa:

1) Estruture tudo que quer saber daquele candidato.
2) Leia, antes da entrevista, todo o CV dele (bem como eventuais avaliações de perfil que tenham sido feitas). Anote no mesmo as dúvidas que tiver.
3) Procure fazer perguntas abertas. Estas são aquelas que não resultam em respostas como "sim" ou "não", mas que deixam o candidato explanar e você conseguirá conhecer um pouco mais sua linha de raciocínio e seu modus operandi. Ex.:"Como você agiria em uma situação...?"
4) Evite estabelecer linhas de julgamento. Perguntas como "você não quer ter filho tão cedo, né?" acabam por gerar a resposta que você quer ouvir no lugar de uma resposta sincera que só viria se a pessoa estivesse se sentindo à vontade.
5) Não fale sobre o perfil da vaga logo de cara. O candidato tenderá (como qualquer um de nós) a responder o que você quer ouvir. Novamente: tente ao máximo adotar uma postura neutra e tom de voz cordial. Isso dará maiores chances de você realmente conhecer quem está à sua frente.
6)Caso o candidato o interrompa em algum momento, deixe-o à vontade. Às vezes, nestes momentos, coisas importantes são ditas e a entrevista é para conhecer esta pessoa, acima de tudo.
7) Sempre, sempre trate a pessoa que está a sua frente com respeito e cordialidade. Salvo casos em que a própria postura mais ríspida é um instrumento de avaliação para verificar a reação da pessoa, as mesmas regras valem para o entrevistador: sente-se de frente, olhe nos olhos quando pergunta ou escuta. Cumprimente de maneira firme. Afinal de contas, a pessoa do outro lado também estará te avaliando.
8) Quando sentir que é um candidato potencial, comece a explanar sobre a vaga. Não floreie. A transparência é importante. Todas as empresas têm dificuldades e a pessoa deve saber onde está pisando pois, da mesma forma que você não gostará de ter qualquer surpresa com esta pessoa, o mesmo vale para ela em relação à empresa.

E boa sorte! Afinal, nada melhor para um profissional que trabalhar em um verdadeiro time!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Me pergunte "O quê?" ao invés de "Por quê?"


Olha só: por mais que quase todos os manuais de RH e Administração falem e repitam sobre não procurar culpados e sim resolver as situações, essa prática ainda continua sendo muito usada.

Seguindo a recomendação do título, não explorarei os motivos, mas o que acontece e quais os possíveis caminhos.

Como se surgisse um alívio pelo fato de descobrir-se o motivo ou mesmo quem foi o culpado por um determinado incidente, acaba-se gastando tanta energia nessa tarefa investigativa/acusatória que pouco sobra para resolver o problema. Já observei empresas em que a prática do "por quê? quem?" é tão difundida que se desenvolvem longos debates e acusações abertas. Quando o bate-boca termina, as pessoas estão tão esgotadas que todos se calam. E o problema? Não é solucionado.

Perguntar o que está acontecendo e como solucionar o problema acaba por elevar o mesmo ao título de desafio. Quando desafio, é muito mais atraente solucioná-lo. Ninguém quer resolver um problema que o outro causou. Mas um desafio...este sim é um prato cheio para as pessoas que realmente buscam um algo a mais no seu dia a dia da empresa.

Deixe o por quê para mais tarde. Para depois que o desafio estiver superado. Aí sim descubra as causas...se é que isso ainda será importante.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quem é que decide?

Quando se é pequeno, a mãe diz o que pode ou não pode fazer. Depois crescemos e o chefe diz o que pode ou não. Tem as regras da empresa, tem o código de ética.
Alguém se lembra de quando você perguntou a sua mãe o que fazer e ela disse "você é quem sabe, meu filho. Você decide sobre isso". Pânico.
Muitas vezes sentimos que as bases que uma empresa ou chefe ou qualquer figura normativa nos fornece são aprisionadoras. Mas será que sabemos viver em liberdade?
Sabemos, por conta própria, decidir a que horas acordar em uma segunda-feira ou quando podemos ou não ver um filme ou até mesmo quando podemos dar um passo mais arriscado ou não?
Hoje ouvi no rádio uma pontuação sobre o medo das pessoas em perder o emprego. Está em cerca de 88 pontos. O índice mais alto até hoje foi em 1999, algo como 102 ou 112 pontos. E por que tanto medo? Será somente porque as pessoas perderão seu sustento inicial ou principalmente porque perderão quem dê as bases para seu ser e seu viver?
Creio que vale exercitar. Pensar sinceramente sobre qual seria sua decisão em determinado tema, quais seriam suas bases internas, suas próprias regras. O quão flexíveis ou não seriam as mesmas. O quanto você seria mais ou menos rigoroso consigo próprio do que todos os que até agora foram.
Conhecer a si mesmo e questionar onde estão suas verdadeiras prisões: aí na sua escrivaninha ou dentro de você?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tempo e Liberdade


Em alguns momentos da vida, principalmente durante épocas de mudança, tudo ao meu redor parece uma bagunça. Eu sei que há muito para fazer e a lembrança de cada um dos itens me vem à cabeça nos piores momentos possíveis: aqueles em que não posso fazer nada.

Parece que o dia passa voando enquanto eu apago incêndios. A ansiedade e a sensação de que algo está fora do lugar são constantes nesses dias e quando algo fora do programado "pinta", é a gota d´água para uma eventual explosão.

Diante do caos, me lembrei de uma receita básica da administração do tempo: a agenda!

Comecei no domingo anotando tudo que precisaria fazer durante a semana, incluindo ligações para a família, a hora da ginástica, emails que precisavam ser enviados.

Listei para a segunda o que poderia ser feito a partir da hora de levantar até ir dormir, todas as tarefas. Para minha surpresa, aquilo que eu anteriormente consideraria uma prisão está sendo libertador!

Administrar o tempo, em tempos de tanta escassez do mesmo é um privilégio a que todos devemos nos permitir. Postergar menos, fazer mais. Deixei brechas, previ um pouco mais para tarefas rápidas e agora tenho espaço para as eventualidades e surpresas (as agradáveis principalmente!).

Quando me planejei antes e previ tudo que precisaria ser feito, desapareceram os pensamentos invasivos de tarefas que precisavam ser encaixadas. Veio a sensação de liberdade, tranquilidade e segurança.

Não foi tão difícil e a única diferença é que ando com minha caderneta para cima e para baixo.

Tempo é vida, dinheiro, oportunidade e como tais não deve ser desperdiçado, certo?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ASSISTA AOS JOGOS SEM MARCAR GOL CONTRA


Chegaram os jogos da copa e com eles as deliciosas comemorações. O país pára e as ruas se esvaziam. Todos juntos, em algum lugar deste imenso território, estão no mesmo ritmo, com as mesmas ansiedades, torcendo, gritando, bebendo, xingando... Opa! Tudo isso mesmo?
É claro que esperamos quatro longos anos pela chance de torcermos com toda alma pela nossa Seleção e devemos! Porém, algumas empresas, prevendo o horário não tão amigável dos jogos, já se preveniram, providenciaram telões ou até reservaram mesas em algum barzinho próximo para que você possa assistir aos jogos e, naturalmente voltar a trabalhar.
Algumas, mesmo com a mesa de bar reservada recomendam que os funcionários não bebam durante o jogo ou se exaltem demais. Claro que já há chiados por todos os lados, afinal é dia de jogo!! Teoricamente pode-se fazer tudo? Nem teoricamente.
A recomendação é a mesma para qualquer festa que envolva a empresa: manter a linha é imperativo. A imagem que você passa em um dia como este é marcante e, a menos que você deseje que a dança que você fez com a garçonete seja lembrada até as gerações vindouras da empresa, vale à pena preservar-se.
Reserve os palavrões e frases duvidosas para uma outra ocasião. Quem sabe a final, quando estará em casa, no sossego do lar e onde quase ninguém te ouvirá. É uma questão de escolha. Que cada um faz o que quer todo mundo sabe. Mas, fica a pergunta: você está preparado para as consequências?
A questão do álcool, principalmente para quem volta a trabalhar depois do jogo é preocupante. Terminado o jogo, todos retornam aos seus postos, quase tudo volta ao normal. Quase tudo. Ainda demora um pouco até os ânimos baixarem e até o álcool sair do seu organismo. Manere ou, se não sabe controlar-se, nem beba.
Os gols só devem ser da seleção. Preserve sua imagem, não marque gol contra você mesmo e fique somente com motivos para comemorar!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A verdade que conquista

Quando tem-se um novo cliente e do mesmo quer se conquistar a confiança (e portanto futuros contratos) surgem muitas vezes algumas dúvidas: O que é melhor? Falar a verdade ou o que o cliente quer ouvir? Mostrar seu real limite ou exercer pequenos, médios ou até grandes sacrifícios para futuramente ter ganhos maiores?
Tenho percebido que, principalmente para pequenas empresas fica o receio de mostrar a realidade tanto do cliente quanto própria não por má fé ou qualquer motivo escuso mas simplesmente por insegurança de que, demonstrando algo que eventualmente não seja o que o cliente quer ver, o mesmo preferirá um fornecedor mais "poderoso" ou mais flexível.
Vale a pena pensar que o que o cliente quer, ou melhor, o que todos queremos (pelo menos em sã consciência) é confiar em quem contratamos. E confiança não se conquista com pouco. Conquista-se muitas vezes arriscando a "amizade" mas falando a verdade.
É uma relação de respeito por si próprio: se há confiança em sua própria técnica, em sua competência, fala-se o que está sendo avaliado, claro que de maneira adequada, mas a verdade.
Durante a reforma de nossa casa que é bem antiga aliás, o pedreiro anunciou que seria melhor trocar o forro do teto da sala pois o mesmo estava com problemas. Em face ao orçamento previsto e limitado perguntei a ele "Mas o teto vai cair?" e ele me respondeu bem-humorado "Cair agora, agora eu não posso afirmar. Mas se fosse a senhora, colocaria a TV em outro cômodo.". Perguntei se ele faria o serviço do gesso e ele disse que não, infelizmente não dominava a técnica mas tinha alguns bons profissionais para indicar.
Claro que eu preferiríamos não ter que investir em um teto novo (uma das poucas partes da casa, aliás que aparentemente estava em ordem). Claro que provavelmente teremos que adiar outras providências. Mas o pedreiro continua e muito provavelmente o indicarei para amigos pois confio em seu parecer, apesar de não ter podido me atender em tudo.
Prazos absurdos, pareceres que não são totalmente verdadeiros, preços irrisórios. Quase todos os clientes um dia nos solicitarão uma dessas coisas. Mas é preciso coragem. Coragem e confiança em seu negócio, em sua capacidade, para falar a verdade e continuar existindo de forma sustentável.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sob Pressão

Elaborando um material sobre comportamento e postura em entrevista de empregos li sobre uma orientação: o que responder quando o entrevistador pergunta "Você trabalha bem sob pressão?".
A orientação é bem clara. Você responde que logicamente não só trabalha bem como até é estimulado quando a pressão é maior.
...
Por alguns instantes fiquei refletindo as verdades, enganos e mentiras que fazem parte desta pergunta. Primeiro, nem sei porque se pergunta ainda isso. Talvez fosse melhor deixar para avaliar este item em uma dinâmica.
Segundo, refleti sobre a pressão em si e seus resultados. Lembrei-me dos momentos em que estou sob pressão e refleti que realmente bem ou mal o trabalho sai! Nem que seja para depois ser melhor apurado, melhor desenvolvido, relido, enfim.
Quando não tem pressão, os pedaços do trabalho são feitos em partes, languidamente, me lembrando aquela música do Vinícius "Um velho calção de banho, o dia prá vadiar..."
Como é politicamente correto vou dizer que essa é a minha impressão sobre meu trabalho mas, se fosse pular esta parte, diria que a maioria dos brasileiros é assim: espalha seu trabalho pelo dia de acordo com a urgência. E por isso acabamos sempre deixando para a última hora onde, inevitavelmente, acaba existindo pressão. E isto me leva a deduzir que a maioria de nós adora uma pressãozinha. (então não estamos mentindo em entrevistas, afinal!)
Enfim. Mas isso tudo quando o trabalho depende de nós.
E quando não depende só de você? Como funciona a pressão de tempo, de dinheiro, de perdas significativas? Você está pressionado e sem muita possibilidade de ação. E aí?
Neste ponto verificamos quem tem maior ou menor resiliência. Quem consegue sobreviver realmente sem esmorecer ou desistir até que possa agir e ver os resultados.
Torna-se fundamental conhecer-se, analisar a situação com cuidado, verificar possibilidades e saídas. É quando aquela famosa oração torna-se tão útil ... "...Serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos e Sabedoria para distinguirmos umas das outras.".
Amém e ponto final.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sobre a produção de bons trabalhos...
Me acanha, inibe, me bloqueia quando há hora marcada para produzir um trabalho que precisa de criação, raciocínio, etc. Se me reservo um tempo e digo "agora vou trabalhar e produzir aquilo", parece que aperto o botão do bloqueio.
Faço tudo: pesquiso, converso, penso, espreguiço. Mas o trabalho mesmo sai como a gota daquele pano que já foi infinitas vezes espremido. Sofriiiiido.
No meu mundo de avessos, o trabalho surge quando não é a sua hora: no meio de um seminário, quase na hora de dormir, no ônibus, no intervalo, durante uma reunião. Ou até em um momento em que quero me esconder e o único lugar seguro é atrás de qualquer pedaço de papel e caneta (escudo e espada). Quando estou mais chic e preparada, é atrás do laptop mesmo.
Quando não se tem mais nada para fazer (sim, eu me reservo o tempo do nada), eu olho para o céu, teto ou coisa que o valha e os pensamentos e ideias pipocam: hora de produzir.
Cada um tem sua hora, seu jeito, sua forma de fazer um bom trabalho...e a hora certa é a de cada um...porque afinal de contas, somos muito, mas não totalmente "normatizáveis".
Diversidade.

terça-feira, 27 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amizade e trabalho


Como é trabalhar com amigos?

Duas situações: antes era amigo e depois virou colega de trabalho, chefe ou colaborador. Ou ainda, na segunda, era colega de trabalho, chefe ou colaborador e virou amigo neste processo.


Parece perfeito, até chegar o dia em que algo acontece...um erro, um engano ou até uma demissão. E vem a dúvida sobre o que é mais importante: aquele momento na empresa ou a amizade, o relacionamento em si.


É necessário corrigir, ser corrigido, ouvir e falar palavras que nem sempre soarão agradáveis e o bom ou mau desfecho disso, na minha opinião, depende principalmente de um ponto: o grau de maturidade dos envolvidos. Não somente maturidade para conseguir ouvir uma crítica mas maturidade para saber criticar pontualmente a ação, o momento, o resultado, sem deixar passar o fato e sem medo de abalar estruturas.


Penso que situar-se seja um bom começo em uma situação como essa. Olhar a situação de maneira mais fria e cirúrgica, separando todos os pedaços do que quer que precise ser corrigido.


Lembrar-se da relação em jogo no momento: trabalho ou amizade? Tanto em um quanto em outro arestas precisam ser sempre aparadas e problemas nunca, nunca devem acumular-se pois, caso isto ocorra corremos um sério risco de um dia colocarmos tudo a perder por um simples tropeço...que será a gota d´água para todo o copo que já estava cheio.


Esvaziar copos, gole por gole. Separar o joio do trigo e tratar de cada coisa em seu lugar: do trabalho na hora do trabalho, da amizade no momento de lazer. Ainda que isso não seja simples, deve ser um exercício diário. Um exercício de crescimento, de maturidade.


Particularmente, não gosto de trabalhar com pessoas que são amigos próximos, nem parentes, nem nada parecido mas, como nunca estamos blindados de conhecer e fazer um bom amigo no trabalho, precisamos estar preparados, conscientes e unidos para fazer da cofiança mútua uma nova construção.


E tudo isso porque assisti um líder esta semana, que atuou com sucesso por 15 anos junto a um grupo de amigos, abrir mão de seu cargo também pela dificuldade em chamar a atenção, corrigir e, eventualmente até tirar do grupo algum elemento que não estivesse cumprindo seu papel. Preservou as amizades (talvez) e o grupo precisará renovar-se sem o grande líder e pessoa que ele é. Opção consciente. Perda incalculável.


Sem mais.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ENGANOS

Entendo que o mundo esteja cheio de ideias de produtos e serviços e que os mesmos precisam ser vendidos. Mas tenho me deparado com uma prática que, infelizmente tem se tornado bastante comum.

Nem sei se posso chamá-la de propaganda enganosa mas, enfim, me diga o que acha: você é convidado para algo em que, a princípio vai te gerar trabalho ou lazer ou qualquer coisa que realmente te interesse e, na verdade, quando você chega lá, percebe que só queriam te vender algo.

Fica evidente, pela característica do produto ou serviço, que se chamassem você por ele próprio, para que você o adquirisse, você não iria. Simplesmente porque é ruim ou não interessa. Mas o fato é que há o objetivo do encontro. Como eu chamo alguém para algo e a pessoa vai?

Oferecendo algo que ela gosta ou realmente precisa.

E aí o cidadão chega lá e parece que entrou na festa errada.

Quando o "cliente" realmente não tem o menor interesse em adquirir aquilo, a sensação de que foi enganado tende a reverter muito negativamente de modo que eu diria: não vale à pena este tipo de marketing, pelo menos no meu ponto de vista, pois a prática está tão comum que só pode estar dando algum resultado para alguém.

Sou mais a favor de produtos e serviços que realmente interessem, que realmente tenham valor agregado e de um marketing limpo, honesto, claro, criativo e verdadeiro.

Se há tanta criatividade para atrair um cliente para perto de maneira "esquisita" a mesma com certeza pode ser colocada em prática para inventar algo que realmente interesse.

segunda-feira, 29 de março de 2010


Confiança - ato de deixar de analisar se um fato é ou não verdadeiro; (Wikipedia)


Pois hoje escrevo um pouco titubeante pois estou certa do que sinto sobre o tema mas incerta sobre o que exatamente falar.

Este tema é um tão complicado no mundo em que vivemos hoje que chego a ter saudades do que a maioria de nós não viveu: aquele tempo em que um homem dava sua palavra e isso era tão valioso que não era preciso assinar nada, ter fiador, etc.

Este tema surgiu após a negociação pela qual passei em que demoramos 5 meses em um processo no qual a outra parte precisava provar sua idoneidade ou coisa que o valha. Advogado envolvido, etc, etc. Só conhecemos a outra parte no dia do fechamento do negócio. Pois creio que, baseada em minhas primeiras impressões, teria fechado negócio antes. Uma vez que não sabia que alguém poderia dever mesmo sem saber, só a pessoa, o aperto de mão me fariam confiar na mesma.

Infelizmente, no mundo atual, principalmente nas relações em que não estamos em contato direto com a outra parte, é muito "perigoso" confiarmos e entrarmos em relações ou negócios. Mas o que chama a atenção é como, em muitas empresas e famílias essa desconfiança cega anda permeando as relações.

Não que não haja motivo para isso; se isso existe é porque há um motivo. Mas a exceção virou regra e a maioria das pessoas passou a ser culpada até que prove o contrário.

O ponto de dúvida se constrói quando temos relações que só conseguem prosperar na base da confiança e nem vou entrar no mérito do casamento, mas principalmente nas relações de trabalho. Como eu entrego um cliente, uma quantia, uma tarefa importante se eu não confiar na pessoa que receberá estes?

Tem gente que diz que devemos confiar desconfiando. E isso existe? Pensando que todos fazemos parte de um sistema, como podemos esperar que os outros confiem em nós se não conseguirmos confiar nos outros?

Não acontece.

Assim como também não existe certeza, segurança absoluta em qualquer relação que seja. Os erros acontecem, as fraquezas aparecem, o lado "b" surge sentenciando a frase: "devia ter desconfiado!". E qual é a qualidade de vida de quem vive desconfiado? Qual é o prazer que se tem em estar em um local de trabalho em que não se confia, em fazer negócios imaginando tudo que pode dar de errado se o outro quebrar a sua confiança?

A vida é incerta mesmo, nada precisa... E sabendo que confiança pode ser algo construído, talvez a construção possa começar com aquele voto...

Será?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vamos Conversar?






É normal. Várias pessoas convivem entre si todos os dias em diferentes ambientes: em casa, escola, no trabalho, grupo de amigos. Em qualquer grupo, assuntos surgem, pessoas querem falar sobre si, sobre suas vidas, muitas vezes precisam resolver alguma pendência entre si e, como a maioria de nós sabe, uma das melhores alternativas para estes tipos de necessidades é uma antiga técnica: o diálogo.

O diálogo, segundo Humberto Mariotti, "é uma metodologia de conversação que visa melhorar a comunicação entre as pessoas ou produção de ideias novas e significados compartilhados. Ou, posto de outra forma, é uma metodologia que permite que as pessoas pensem juntas e compartilhem os dados que surgem desta interação sem procurar analisá-los ou julgá-los de imediato.”

Observando esta descrição podemos deduzir por que é tão difícil dialogar, apesar de termos aprendido que, se há duas ou mais pessoas, olhando umas para as outras falando coisas sem parar, estão dialogando.

Gostamos sim de falar o que pensamos. Gostamos que os outros nos ouçam, reflitam sobre o que falamos, sintam nossa dor, vivam nossa emoção. Queremos ser reconhecidos. E essa necessidade normalmente é tão grande em boa parte dos seres humanos que, no momento em que o outro está falando, aquele que não está é tomado de uma ansiedade ímpar, uma ânsia enorme e a única atenção que ele tem é sobre qual ponto que o outro tocará que servirá de gancho para sua entrada triunfal.

O ponto sobre esse assunto é fácil de entender: quando estamos com o outro tanto melhor quanto conseguirmos saber mais sobre ele, ouvir o que ele tem a dizer. Quando ouvimos e refletimos sobre o que ouvimos sem julgamento, temos a oportunidade de incrementar nosso conhecimento, nossos pontos de vista.

Ouvir principalmente nossa própria voz é bom, mas trará benefícios maiores se essa prática for em ambientes próprios para isso. Quando estamos com outras pessoas, fazemos a troca: elas falam, nós ativamente escutamos. Complementamos o que é dito, somos ouvidos. As ideias vão crescendo e todos nos beneficiamos dessa comunicação.

Para escutarmos precisamos estar verdadeiramente presentes e, para isso vale à pena tentar: enquanto o outro estiver falando eu me calo. Presto atenção a cada ímpeto que tenho de interromper, presto atenção na minha própria ansiedade, nos meus pontos de vista sobre o assunto em questão. E continuo prestando atenção ao outro, continuo calado. Esse exercício nos ajuda a estarmos presentes no momento da escuta e a cada vez que é praticado, mais conseguimos realmente absorver o que nos é dito. Todos ganham. Nossa vez de falar chegará mas, antes disso, eu consegui efetivamente a troca: dei atenção e recebi informações.

Assim como muitas habilidades específicas, escutar não é fácil. Mas é possível se for praticada.

Que tal chamar o colega aí ao lado e começar?


segunda-feira, 15 de março de 2010

CORRUPÇÃO - ROMPER


A corrupção, um termo tão comentado e falado mas quase sempre visto como algo distante. Como se fosse uma escara em um parente que há tempos não vemos...essa é minha sensação.

Isso simplesmente pode acontecer - essa sensação de distanciamento - por ser difícil aceitar que um ser humano faça coisas hediondas em troca de dinheiro, cargos ou favores..ou talvez porque nós mesmos não consigamos enxergar nossas pequenas corrupções no dia-a-dia.

Muitos de nós, ditos "cidadãos de bem", chegamos a nos vender por bem menos que aquela quantidade imensa de dinheiro que outros cidadãos colocam nas meias e cuecas já que os bolsos estão cheios. Nos vendemos por meia entrada no cinema, nos vendemos por uma carteira de motorista, por um artigo que estava na revista do consultório e por aí vai.

E é o quanto uma sociedade suporta de pequenos delitos que determina quantos grandes ela aguentará. Pois somos nós "a sociedade", "o Brasil", "o povo brasileiro". Tudo isso é cada um de nós............................................................................(pausa para o pensamento).

Além disso, hoje a corrupção está longe de ser vista ou apontada somente no governo. O setor privado também exerce sua parcela igualmente a nós, cidadãos de bem, nos pequenos e grandes delitos. Desde o ganho de licitações ilicitamente à "caixinha" que se oferece ao funcionário do governo para que ele "agilize" o processo. Pois árvores são derrubadas nos finais de semana para que uma fábrica seja construída sem que "ninguém" perceba a não ser os próprios homens que deveriam fiscalizar isso.

O fato é que, para cada corrompido, há um corruptor. O que nos leva à dedução de que quando um não quer, dois não saem ganhando para uma sociedade inteira sair perdendo.

Primeiro ponto: cada um de nós pode interromper ou, pelo menos, atrapalhar este processo, torná-lo mais difícil. Hoje muitas pessoas não entendem como alguém pode não querer uma "pequena vantagem" mas, ao dizer "não", surpreendemos. Surpresa leva à reflexão. Trabalho de formiga, sim senhor, mas possível.

Ao trabalhar as leis e normas, ao ter um código e eventualmente um conselho de ética em sua empresa, o trabalho já se torna mais amplo ainda atingindo com informações e conscientização um grupo maior de pessoas. É um grande passo que pode ser dado pela empresa paralelamente aos pequenos que cada indivíduo pode dar por si só.

Passos e resultados. Educação e exemplo funcionam para os dois lados da moeda.



segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional


Não poderia deixar de escrever sobre o Dia Internacional... e interessante que sobre ele escreverei mesmo sem ter um ponto de vista bem definido sobre o assunto. Esta data não me comove mais, infelizmente (porque as coisas que comovem normalmente nos ligam à nossa humanidade, penso eu) mas recebo com carinho todas as manifestações de lembrança de amigos, meu pai, marido, irmão, etc.


A questão é que puxa...ficou tão difícil ser mulher hoje em dia. E por consequência ficou difícil ser homem também pois, se nosso papel não está bem definido, imagina o deles! De forma que hoje eu penso que a situação precisaria ser chacoalhada novamente para ver se as peças se assentam em locais mais confortáveis.


Com medo de sermos consideradas incompetentes, agarramos tudo, fazemos tudo, falamos poucos "nãos", não temos limite. Com medo de não aparentar que nossa família é mais importante que TUDO na vida, acabamos encobrindo o fato do filho estar doente ou da sua casa estar totalmente largada porque você não tem tempo de estar nela a não ser para dormir.


Muitas vezes o medo e não o objetivo é que nos movimenta. Encobrir o que não temos fica mais importante do que descobrirmos o que temos e quais os nossos diferenciais. Há séculos, e digo isso porque faz quase 10 anos, li um dos melhores livros que passaram nas minhas mãos "Mulheres que Correm com os Lobos" da Clarissa Pínkola Estés e, se não me engano, muito ela falava sobre isso: vencermos justamente pelo que temos de diferente e não tentando nos igualar pois, felizmente, não somos iguais.


A lei da não resistência cansa menos. Cansa menos nadar a favor da maré, cansa menos pedir ajuda e parar de ser super mulher. Entregar-se ao que se é e fazer só o possível. E fazendo só o possível perde-se menos tempo pensando no que não se fez e parte-se para a realização dos verdadeiros sonhos.
Respirar mais, suspirar menos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Trechos


Há alguns muitos anos, tenho o hábito de guardar a agenda de cada ano. Nelas eu fiz anotações de trabalho, pessoais, e, depois de uma arrumação necessária na minha papelada de trabalho, parei para reler algumas e verificar se consegui e o quanto consegui evoluir de tempos para cá.
Achei este trecho de Mandela, estrategicamente impresso e colado na contracapa da agenda de 2007. Segue, para apreciarem:

"Nosso grande medo não é de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é de que sejamos poderosos além da medida.
É a nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta.
Nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?'

...Você pretendendo ser pequeno, não ajuda ao mundo.
Não há nada de brilhante em encolher-se para que outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
Nascemos para manifestar a glória do Espírito que está dentro de nós.

Não está só em alguns de nós; está em todos Nós.
E, à medida que deixamos nossa própria Luz brilhar, damos permissão para outros fazerem o mesmo.
À medida que liberamos nosso medo, nossa presença libera outros."


(Nelson Mandela, Discurso de Posse, 1994)


Para quando se tem certeza de que seu maior inimigo é você mesmo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A ALEGRIA NOS NEGÓCIOS






Parece até meio óbvio falar sobre isso, mas creio que não custa dar mais um toque uma vez que no dia a dia a tentação é grande...

Há um tempo frequentava um salão de beleza. Gostava muito. O serviço era bom e barato, a dona "acertou a mão" com o meu cabelo mas, de repente...me dava uma preguiça de ir.

Não sei o que acontecia mas resolvi aprender a me arrumar em casa a ter que ir àquele salão.

Fiquei pensando o porquê daquilo. Por que deixar de frequentar um lugar que tem um bom serviço?

A resposta veio logo: o lugar era triste. A dona, sentindo confiança na minha pessoa, colocou-se a contar toda sua vida incluindo aí os problemas com o próprio salão, a filha, o ex-marido (valei-me!). Só para esclarecer, eu não sou psicóloga e, além de não lembrar-se disso esqueceu que eu era uma coisa a mais: cliente.

Com cliente não se conversa sobre problemas a menos que os mesmos digam respeito ao contrato profissional estabelecido ou sobre os problemas do cliente mas sobre os seus, nunca!

É difícil lembrar disso no dia-a-dia e parece muitas vezes até injusto mas lembre-se: esta atitude reverte pontos para a sua imagem profissional e para a imagem da sua empresa. O seu valor não está somente ligado ao serviço/produto que você entrega mas também à sensação que você provoca ao chegar, ao conversar, ao entrar no negócio.

O mesmo vale para fofoca. Quanto a esta vale lembrar: se falam de alguém para você, falam de você para alguém. Evite, corte. Mantenha a distância, mude de assunto. No caso de comentarem algo, afirme com a cabeça que está ouvindo e não estenda a coversa.

Fazer fofoca, prolongar-se em conversas pessoais que não sejam agradáveis, contar detalhes desnecessários sobre a vida pessoal, tudo isso cotribui para formar um ambiente pesado, para tornar sua imagem profissioal algo não tão agradável.

Corra para o outro lado. Reserve pensamentos bons antes de sair para o trabalho. Pense nas metas que atingiu, nas pessoas que cruzaram seu caminho e te beneficiaram. Certamente você vai encontrar isso. Valorize o que é bom pois as coisas têm o peso que cada um dá.

Caso, pessoalmente, você esteja com dificuldades, procure ajuda profissional. Caso sua empresa como um todo esteja com dificuldades neste sentido, procure ajuda profissional; não deixe a situação simplesmente "rolar".

Cuide-se. Ofereça o que o cliente quer dentro do que você pode oferecer. E lembre-se: as pessoas e empresas sempre estão mais abertas a quem está olhando para o lado positivo da vida e das situações pois problemas todos têm.