segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Desacordo

Tanto ouvimos falar da importância de se manter a palavra, apesar da quantidade de vezes que as pessoas simplesmente ignoram este item. Acordo, palavra, dar a mão, contrato no "fio do bigode".

Quando uma pessoa, seja ela profissional ou não, se compromete, a outra parte deposita naquele acordo a confiança de que o que foi acordado acontecerá. Frases como "não se preocupe pois vou honrar com a minha palavra" são ditas e em geral se acredita nisso havendo ou não um contrato o que, pessoalmente, eu penso que nem deveria ser necessário, apesar de hoje ser indispensável.

Entretanto, na segunda curva de dificuldade muitas pessoas simplesmente desistem. Viram para a parte e falam "olha, sinto muito mas não vou conseguir cumprir o que foi combinado". Simples, rápido, prático e o abacaxi cai no colo do outro. O que surpreende é que quando se fecha um acordo em que há vantagens para todos os lados, sempre há pessoas de postura ereta, voz grossa e mão firme, além da rápida caneta para assinar (ou não). Mas, quando se vai desistir, o jogo é ágil e nem se é lembrado do aperto de mão, da confiança depositada ou até do abraço dado.

Tudo se esvai no esquecimento e é plantada a amarga sensação de que era tudo falso.

Não sei se a intenção é falsa nestes momentos. Talvez as pessoas realmente queiram terminar o que prometem. Mas a sensação é que hoje são crianças a fazerem acordos. Fácil apertar a mão, difícil cumprir a sua parte (e quase sempre é) e muito mais fácil largar as coisas pela metade, lamentando profundamente e deixando não só um vazio mas aquela dúvida em relação à humanidade: piorou ou sempre foi assim?

3 comentários:

  1. É sempre um prazer ler seus artigos. Vc escreve com leveza e clareza.
    "Desacordo" vem de encontro às dificuldades nossas de cada dia, e em tempo de corrida eleitoral então...
    Parabéns. Vc é muito competente em tudo que faz.
    Regina Coelis

    ResponderExcluir
  2. Pri é uma grande verdade. Já sofri com situações dessa natureza e particulamrente hoje estou mais seletiva e cobrando mais efetividade. Lamentavelemtne você se compromete a fazer sua parte enquanto o outro busca agir de forma que vc seja responsabilizado pela parte que não lhe cabia. É sempre importante agir de boa fé e cumprir o que se compromete a fazer. Toda relação saudável é uma relação de ganha-ganha.

    ResponderExcluir
  3. Priscila
    Minha (infelizmente, longa) experiência é a seguinte: quem usa e abusa da quebra de compromissos acaba se queimando, e feio. Principalmente no ambiente de trabalho e de negócios. A pessoa pode até mudar de emprego, de cidade, mas a fama, e o hábito de deixar os outros “na mão” vai junto, e ela passa a ser considerada uma cabeça de vento, um ser inconfiável, enfim, um (ou uma) picareta. Nos dias de hoje, em que redes de relacionamento são fundamentais para o sucesso profissional e empresarial, (tanto ou mais que diplomas e pós graduações), estas pessoas vão sendo deixadas à margem. Quem as recomendaria, forneceria boas informações e, se contratadas, as efetivariam?
    Resumindo. Elas criam muitas dores de cabeça para os outros, mas também geram problemas enormes para si mesmas.

    Luiz Liske

    ResponderExcluir