quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dicas para aplicar uma boa entrevista



Creio eu que a maioria de nós considera que entrevistar não é uma tarefa difícil mas, infelizmente, isto não resulta em entrevistas necessariamente bem feitas. Particularmente, já entrevistei bastante gente e já fui entrevistada um outro tanto. Nos dois casos, algumas foram boas e outras deixaram a desejar.

Quando não somos especialistas no assunto e, principalmente, quando vamos entrevistar alguém para trabalhar diretamente conosco, um dos pontos a considerar quando se faz uma entrevista é a sensação de poder que a situação nos confere. E justamente esta nos leva ao erro mais fatal: falar mais que ouvir. Não prestar atenção às entrelinhas. Ficamos tão imbuídos daquele sentimento de superioridade que tendemos a querer realmente aparecer, mostrar a brilhante oportunidade que o candidato tem e acabamos metendo os pés pelas mãos.

Sendo assim, elenco aqui alguns pontos que poderão ajudá-lo nesta tarefa:

1) Estruture tudo que quer saber daquele candidato.
2) Leia, antes da entrevista, todo o CV dele (bem como eventuais avaliações de perfil que tenham sido feitas). Anote no mesmo as dúvidas que tiver.
3) Procure fazer perguntas abertas. Estas são aquelas que não resultam em respostas como "sim" ou "não", mas que deixam o candidato explanar e você conseguirá conhecer um pouco mais sua linha de raciocínio e seu modus operandi. Ex.:"Como você agiria em uma situação...?"
4) Evite estabelecer linhas de julgamento. Perguntas como "você não quer ter filho tão cedo, né?" acabam por gerar a resposta que você quer ouvir no lugar de uma resposta sincera que só viria se a pessoa estivesse se sentindo à vontade.
5) Não fale sobre o perfil da vaga logo de cara. O candidato tenderá (como qualquer um de nós) a responder o que você quer ouvir. Novamente: tente ao máximo adotar uma postura neutra e tom de voz cordial. Isso dará maiores chances de você realmente conhecer quem está à sua frente.
6)Caso o candidato o interrompa em algum momento, deixe-o à vontade. Às vezes, nestes momentos, coisas importantes são ditas e a entrevista é para conhecer esta pessoa, acima de tudo.
7) Sempre, sempre trate a pessoa que está a sua frente com respeito e cordialidade. Salvo casos em que a própria postura mais ríspida é um instrumento de avaliação para verificar a reação da pessoa, as mesmas regras valem para o entrevistador: sente-se de frente, olhe nos olhos quando pergunta ou escuta. Cumprimente de maneira firme. Afinal de contas, a pessoa do outro lado também estará te avaliando.
8) Quando sentir que é um candidato potencial, comece a explanar sobre a vaga. Não floreie. A transparência é importante. Todas as empresas têm dificuldades e a pessoa deve saber onde está pisando pois, da mesma forma que você não gostará de ter qualquer surpresa com esta pessoa, o mesmo vale para ela em relação à empresa.

E boa sorte! Afinal, nada melhor para um profissional que trabalhar em um verdadeiro time!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Me pergunte "O quê?" ao invés de "Por quê?"


Olha só: por mais que quase todos os manuais de RH e Administração falem e repitam sobre não procurar culpados e sim resolver as situações, essa prática ainda continua sendo muito usada.

Seguindo a recomendação do título, não explorarei os motivos, mas o que acontece e quais os possíveis caminhos.

Como se surgisse um alívio pelo fato de descobrir-se o motivo ou mesmo quem foi o culpado por um determinado incidente, acaba-se gastando tanta energia nessa tarefa investigativa/acusatória que pouco sobra para resolver o problema. Já observei empresas em que a prática do "por quê? quem?" é tão difundida que se desenvolvem longos debates e acusações abertas. Quando o bate-boca termina, as pessoas estão tão esgotadas que todos se calam. E o problema? Não é solucionado.

Perguntar o que está acontecendo e como solucionar o problema acaba por elevar o mesmo ao título de desafio. Quando desafio, é muito mais atraente solucioná-lo. Ninguém quer resolver um problema que o outro causou. Mas um desafio...este sim é um prato cheio para as pessoas que realmente buscam um algo a mais no seu dia a dia da empresa.

Deixe o por quê para mais tarde. Para depois que o desafio estiver superado. Aí sim descubra as causas...se é que isso ainda será importante.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quem é que decide?

Quando se é pequeno, a mãe diz o que pode ou não pode fazer. Depois crescemos e o chefe diz o que pode ou não. Tem as regras da empresa, tem o código de ética.
Alguém se lembra de quando você perguntou a sua mãe o que fazer e ela disse "você é quem sabe, meu filho. Você decide sobre isso". Pânico.
Muitas vezes sentimos que as bases que uma empresa ou chefe ou qualquer figura normativa nos fornece são aprisionadoras. Mas será que sabemos viver em liberdade?
Sabemos, por conta própria, decidir a que horas acordar em uma segunda-feira ou quando podemos ou não ver um filme ou até mesmo quando podemos dar um passo mais arriscado ou não?
Hoje ouvi no rádio uma pontuação sobre o medo das pessoas em perder o emprego. Está em cerca de 88 pontos. O índice mais alto até hoje foi em 1999, algo como 102 ou 112 pontos. E por que tanto medo? Será somente porque as pessoas perderão seu sustento inicial ou principalmente porque perderão quem dê as bases para seu ser e seu viver?
Creio que vale exercitar. Pensar sinceramente sobre qual seria sua decisão em determinado tema, quais seriam suas bases internas, suas próprias regras. O quão flexíveis ou não seriam as mesmas. O quanto você seria mais ou menos rigoroso consigo próprio do que todos os que até agora foram.
Conhecer a si mesmo e questionar onde estão suas verdadeiras prisões: aí na sua escrivaninha ou dentro de você?