quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

AJUSTE DE FOCO

Uma cliente querida me indicou o livro "O FOCO DEFINE A SORTE" de Dulce Magalhães e, confesso, o adquiri realmente porque ela falou muito sobre ele. Não estava muito animada, pensando que deveria falar sobre como eu precisava me focar mais para conseguir resultados. Lembrei das épocas de vestibular, focada sobre livros e apostilas e senti algum arrepio mas, apesar disso, me rendi à indicação.

Livro nas mãos, óculos nos olhos e fui me entregando. No começo o achei meio repetitivo mas uma frase me conquistou para todo sempre. Era algo como "As pessoas não se sentem frustradas por não conseguirem o que querem. Elas se frustram por não quererem o que conseguiram.". Elas se frustram por não quererem o que conseguiram.....

Uuuuuuuu!!!

Senti uma pontada no estômago ao ler isso. Bateu doído e com tão pouco me derrubou. Então era esse o foco: não para onde eu olho. Mas como eu olho. Como eu vejo, enxergo (se é que estou vendo) o que eu tenho hoje. Incluí nisso minha família, meus "bens", meus "mals", minha realidade, cotidiano, minha carreira e, principalmente, acima de tudo, as minhas RECLAMAÇÕES. Meu Deus, como eu reclamo! Como, por muitas vezes, falta água na metade do meu copo. Assumo.

Não quero dizer o que é certo ou errado mas, se eu pensar que de cada pouquinho que reclamo é como se jogasse um pouco da minha vida no lixo, a conta fica bem alta. Ao passo que se eu reciclar a minha realidade pensando em tudo que simples coisas podem ser, eu ganho. É isso que pode ser mudado: olhar e olhar mais uma vez para o que acontece comigo me permite encontrar tantas faces, tantos focos que o ganho fica quase sempre maior que qualquer perda.

E o mais interessante: recordando "o que eu queria ser quando crescer" eu me lembrei que queria ser e estar exatamente onde, como e com quem estou hoje. Poderia estar melhor? Sempre! Mas é isso o que tenho hoje e é isso que posso comemorar e mudar, se assim desejar.

Minha sorte depende de se eu olho, de como eu olho e se aceito, abraço e acolho ou não o que eu tenho. O que eu conquistei.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Você chega no horário?

Quando você marca um compromisso, cumpre o horário?

Penso que no Brasil atraso é ibope. Se você atrasa, se falta, o outro pensa mais em você, te liga. Então, creio eu, as pessoas atrasam para sentirem-se amadas, lembradas. Quem espera é sempre aquele que mais se importa. O tonto, traduzindo para o português claro. Quem atrasa é o bacana que tem mil coisas para fazer e deu a honra da presença dele, ainda que atrasado.

Marcam compromissos em São Paulo e têm coragem de dizer que se atrasaram por causa do trânsito "O trânsito estava péssimo". Meu, o trânsito É péssimo há décadas!

Você agenda uma reunião com o cidadão, chega na hora e ele te deixa meia hora esperando. Quanto mais importante ele for, mais te deixa esperando (em geral, ok? Não estou falando dos ótimos profissionais muito importantes). Por quê? Para que você pense que ele é muito ocupado (e desorganizado, e grosseiro e sem educação)?

Agende uma festa que começará 17:00h e você terá bem uns 40% que SABEM que se chegarem nesse horário te pegarão de toalha no cabelo e chinelo, sem nada da festa pronto. Outros 50% aparecerão às 19:00h (que livremente traduzem 17 por 19) e o restante às 21:00h, aqueles que querem ibope ao chegarem. Estes ouvirão "Nossa!!! Que bom que você veio!! Achei que não viesse mais!". Como diz uma amiga minha "Esse pessoal que se acha estrela!".

Ah....mas a melhor: quando você não vai ao compromisso. Não está com vontade de ir, não tem coragem para assumir que não tem vontade então manda um "ai desculpa que não deu para ir...é que tive um imprevisto." depois de uma semana de marcado o compromisso. Tem tempo para teclar nesses abençoados celulares o tempo todo mas para dar uma ligadinha e avisar da falta ou atraso não dá.


Para que horário, não é mesmo? Substitui logo por período e ninguém fica chateado.  O que, aliás, eu tenho visto muita gente fazer. "Ah...vai ser no comecinho da tarde...", "No meio da manhã", "Final de tarde", "Tardão da noite". Talvez isso crie uma incerteza, uma certa insegurança, não sei, e as pessoas acabam indo para garantir que chegarão a tempo de pegar o melhor da festa.


Ou seja: a hora em que você chega na festa tem que ser algo meticulosamente calculado - nem tão cedo que ainda estejam colocando as mesas e nem tão tarde que já tenham cortado o bolo. Tudo bem incerto, tudo no jogo de cintura, tudo bem brasileiro.

Ai que canseira!