segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ruído de Aconchego


Recentemente estive em um Centro de Estética e Salão de Beleza em São Paulo, dando um curso sobre Atendimento ao Cliente. Como é de se esperar em locais em que há muitas mulheres, duas televisões e vários secadores de cabelo, um dos maiores problemas é o barulho.

Apesar de ser natural esperar barulho de um local desse, quando o(a) cliente entra em um salão e o encontra com um nível de ruído abaixo do esperado, é surpreendente! O silêncio acalma, traz para a intimidade, abaixa a ansiedade e nos ajuda a fazer melhores escolhas, nos aproxima dos profissionais que lá estão, ajuda a estabelecer melhores conexões. Gostamos de ficar mais tempo em locais tranquilos.

O mesmo nas praças de alimentação: de alguma forma as tantas pessoas comendo e falando juntas, campainhas avisando que a comida está pronta e ainda, para complementar, um solitário pianista no meio de tudo, tentando acalmar todo o barulho com um pouco de música. O resultado é talvez o esperado: que o cliente coma rápido e saia voando. Ficar em um ambiente desses nunca é o melhor dos mundos.

O ideal é aquele som suave de fundo, que convida a permanecer no local. Que faça com que a pessoa sinta-se tão bem que permanecerá pelo bem estar percebido. E lá estando, por que não comprar ou consumir mais algum produto ou serviço?

A conquista é pelo detalhe.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Só Erra Quem Faz

"Só erra quem faz e só quem erra é demitido".

Quando qualquer coisa dá errado em uma empresa, a maioria dos colaboradores ergue os braços em um coletivo lavar de mãos dizendo "não fui eu!". E muitas vezes sempre foi a mesma pessoa. Só resta saber: o restante não erra porque o trabalho é realmente bom ou porque nem se arriscou a fazer e errar?

Logo o funcionário "esperto" percebendo uma política de caça às bruxas comum na maioria das empresas, simplesmente faz o mínimo seguro para manter-se no posto e para que seu nome só seja lembrado na folha de pagamento.

Notando uma baixa produtividade, os líderes e donos de empresa apressam-se em contratar cursos, fazer reuniões e workshops para que o pessoal fique mais "motivado". Não me estendendo no assunto, me limito a perguntar:

- Quando seu funcionário mais motivado acerta em algo você o elogia ou traz para si os louros dizendo "Realmente, minha equipe é ótima!"?

- Quando seu funcionário, que mais faz, comete um erro, você senta com ele perguntando com calma o que ocorreu e em que poderá auxiliá-lo ou o repreende na frente dos demais sem querer saber o que realmente aconteceu e suas eventuais dificuldades?

Quem faz erra e acerta também; e o colaborador deve ser acompanhado em todos os seus aspectos e momentos. Não se trata de fazer vista grossa para o erro mas que o mesmo não seja muito mais valorizado que o acerto.

Pense nos critérios usados para avaliar seus colaboradores e se o problema são realmente os erros ou a forma como são acompanhadas e tratadas as pessoas que estão na empresa.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Poder de Chefe

Faz algum tempo desde o meu último post. Apenas uma "breve" pausa para que meu filho nascesse, crescesse um pouquinho e conseguisse dormir mais de meia hora sozinho para eu ter tempo de sentar aqui com calma, refletir e escrever.

E nestas leituras recentes deparei-me com um fato muito comum, porém comentado sempre à boca pequena, que é a questão do quanto alguns chefes dão-se ao direito de opinar deliberadamente sobre a vida pessoal de funcionários e dizer abertamente o que pensam como se os mesmos tivessem este direito.

As expressões vão desde "Mas como assim, você foi engravidar NESTA idade? Você é louca?", passando por "Eu não acredito que você voltou com aquele safado do seu ex-namorado" ou ainda "Você não me perguntou. Mas se pedisse minha opinião, eu diria que essa sua camisa é ridícula!".

Refletindo sobre que tipo de permissão estas pessoas têm para dizer ao funcionário o que lhes vier à cabeça  sem qualquer filtro de educação ou bom senso, sinto que isso acontece pois ainda, de alguma forma, chefes confundem salário com mesada e enxergam aquela pessoa como um filho ou alguém por quem se é responsável e que, por isso mesmo, pode-se dar opinião de qualquer natureza sem pensar nas consequências.

Já ouvi até - e não somente uma vez - chefes dizerem "Nossa! Estou aqui pagando o plano de saúde de vocês e olha: vocês não imaginam o gasto imenso que é isso!".

Acordem "líderes" pois vosso poder é efêmero e o abuso que fizerem dele sempre voltará em forma de insatisfação, queda da produtividade e quiçá  um processo. Quando se tem um funcionário e uma relação profissional com o mesmo a troca é clara: ele oferece trabalho e é pago pelo mesmo. Simples. Ele não passa a ser propriedade de nenhuma pessoa física ou jurídica. Está prestando um serviço. Só.

Brincadeiras e opiniões podem ser dadas mas nunca perdendo o respeito e, caso tenha dúvida se ultrapassou a linha do mesmo, a conduta básica é simples: desculpar-se.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Desconectando-se

Muitas vezes acabo me desconectando das últimas novidades tecnológicas seja porque não consigo acompanhá-las ou mesmo por uma visão romântica de que a vida vai continuar apesar de eu não estar assim tão ligada.
É bem verdade que, desde 2000 eu não trabalho sem ter no meu computador o MSN. No começo era ICQ com aquele barulinho inconfundível e tão simpático e depois dele o MSN reinou absoluto em minha vida de comunicação virtual a ponto de, em algumas empresas em que estive, eu defender seriamente o uso do mesmo por questões de economia, facilidade de comunicação....blá! A verdade é que eu me sentia muito mais completa e poderosa se pudesse acessar meus amigos e ter à mão a possibilidade de falar com quem eu quisesse enquanto estivesse isolada na minha baia. Me dava segurança.
Quando me falaram da internet móvel no computador que, com aquele cabinho de nada eu poderia acessar meus emails do ônibus fretado, do cliente, do hotel na conchinchina, etc, eu até achei legal mas me senti incomodada. Da mesma forma que eu acesso, me acessam tb. Não gostei. Nunca tive.
Recentemente, venho acompanhando meio que ao longe o advento dos blackberrys. Se, no começo da existência dos celulares as pessoas os colocavam na mesa um pouco para se exibirem e depois para caso recebessem uma chamada, hoje eles ficam lá para qualquer email, mensagem, msn, etc que chegar; Faz 500 barulinhos diferentes e você poder responder na hora. SUPER legal.
Super legal não fosse pelo fato de perceber que aqueles toques que em geral não são nada de realmente importante tornam-se chamados urgentes passando na frente das pessoas reais que estão realmente com você naquele momento.
Ser virtual é mais fácil? Relacionar-se só por mensagem de texto é mais fácil que colocar-se abertamente, de corpo e alma, literalmente, para o outro? Provavelmente sim. Claro que sim! Se não fosse, não estaria fazendo tanto sucesso. Se não fosse, não se daria tanta atenção para aquelas mensagens que chegam desesperadas no meio de um almoço, de um encontro com os amigos, de um culto religioso, etc às quais TEMOS que dar atenção porque "vai que é algo importante" (Quantas vezes é realmente importante, hein? Principalmente depois das 18 horas ou aos finais de semana?).
Fiquei pensando que talvez nos mudemos de mala e cuia para este mundo virtual em alguns poucos anos e olhemos para trás com algum saudosismo pensando "como era bom sentar com os amigos, pedir um chopp e só papear". Há uns meses estive com alguns amigos em um happy hour e cheguei a sentir-me só pois, por duas ou três vezes, todos estavam respondendo suas mensagens e eu, eu não tinha um aparelinho para responder nada...porque só queria estar lá com eles.
Penso que um dia próximo, vou me sentir realmente isolada pois não poderei me comunicar virtualmente caso não me renda a mais essa tecnologia...e só poderei conversar com meus queridos quando estiver no meu bom e velho msn para os quais eles poderão mandar mensagens...
E por enquanto vou ficar aqui ligada no meu mundo real. Celular em outro cômodo, msn no computador no escritório e eu presente onde e para quem estiver comigo no momento.