quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Poder de Chefe

Faz algum tempo desde o meu último post. Apenas uma "breve" pausa para que meu filho nascesse, crescesse um pouquinho e conseguisse dormir mais de meia hora sozinho para eu ter tempo de sentar aqui com calma, refletir e escrever.

E nestas leituras recentes deparei-me com um fato muito comum, porém comentado sempre à boca pequena, que é a questão do quanto alguns chefes dão-se ao direito de opinar deliberadamente sobre a vida pessoal de funcionários e dizer abertamente o que pensam como se os mesmos tivessem este direito.

As expressões vão desde "Mas como assim, você foi engravidar NESTA idade? Você é louca?", passando por "Eu não acredito que você voltou com aquele safado do seu ex-namorado" ou ainda "Você não me perguntou. Mas se pedisse minha opinião, eu diria que essa sua camisa é ridícula!".

Refletindo sobre que tipo de permissão estas pessoas têm para dizer ao funcionário o que lhes vier à cabeça  sem qualquer filtro de educação ou bom senso, sinto que isso acontece pois ainda, de alguma forma, chefes confundem salário com mesada e enxergam aquela pessoa como um filho ou alguém por quem se é responsável e que, por isso mesmo, pode-se dar opinião de qualquer natureza sem pensar nas consequências.

Já ouvi até - e não somente uma vez - chefes dizerem "Nossa! Estou aqui pagando o plano de saúde de vocês e olha: vocês não imaginam o gasto imenso que é isso!".

Acordem "líderes" pois vosso poder é efêmero e o abuso que fizerem dele sempre voltará em forma de insatisfação, queda da produtividade e quiçá  um processo. Quando se tem um funcionário e uma relação profissional com o mesmo a troca é clara: ele oferece trabalho e é pago pelo mesmo. Simples. Ele não passa a ser propriedade de nenhuma pessoa física ou jurídica. Está prestando um serviço. Só.

Brincadeiras e opiniões podem ser dadas mas nunca perdendo o respeito e, caso tenha dúvida se ultrapassou a linha do mesmo, a conduta básica é simples: desculpar-se.

Um comentário:

  1. Pois é, Priscila...

    Infelizmente, existem chefes que nunca tiveram chefes. Ou seja, nunca foram empregados.

    Por esta razão não sabem ter uma conduta profissional, pois, nunca foram.

    O problema é quando a relação ultrapassa os limites do profissionalismo (que alguns chefes sequer sabem o que significa isso) e passam a gerenciar a vida pessoal de seus subordinados, como se eles fossem meros vassalos que vieram ao mundo para lhe servir em troca de comida.

    Neste caso, pode-se a perceber as mais bizarras situações, em que os pobres vassalos se submetem, para não serem substituídos por outros vassalos, por menos comida ainda.

    Porém, existe um caminho que descobri após alguns anos em uma faculdade de Direito. São as portas do judiciário, neste caso a Justiça do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, para buscar os direitos que a bela CLT nos garante e que poucos conhecem ou tem a coragem de buscar.

    Enfim, continuaremos a ver e ouvir sobre as atrocidades, porém, um dia, encontrarão o caminho para, no mínimo, mostrar para estas pessoas que se julgam "líderes" que o fim delas está chegando.

    Parabéns pelo Blog.

    ResponderExcluir