quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Chefe na Linha de Frente

Vamos imaginar a seguinte cena: fim de ano, uma loja de roupas. Normalmente a loja precisa de uns seis vendedores para dar conta do movimento em horário de pico mas, por um motivo ou outro, dois deles pedem demissão lá pelo dia 20 de novembro. Ui! O gerente desta loja costumava ficar no escritório no segundo andar só supervisionando mas, depois de umas quatro reclamações formais seguidas, resolve dar uma descidinha do escritório para ajudar sua equipe a dar conta do recado.

Como deverá ser sua atuação? Vale à pena ficar atento não só se você tiver um papel parecido com o deste cidadão-gerente mas também se estiver na equipe do mesmo.

Primeira pergunta que o gerente deve se fazer: A equipe funcionava bem antes dos dois saírem? (Caso não, você já deveria ter feito algo antes mas...siga para a segunda).

Segunda pergunta: Por que eu estou descendo? Para que a equipe passe a funcionar bem com quatro vendedores ou para "cobrir" este que está faltando?

Deixe claras estas respostas para que sua atuação nesse momento de transição não acabe prejudicando ainda mais o grupo. Uma vez que o gerente vem para a linha de frente para cobrir um funcionário que está faltando, ele tornar-se-á um colaborador de frente como os outros. Claro que não perderá sua "super-visão" estratégica, podendo implementar ajustes mas, ao mesmo tempo, não poderá ficar simplesmente identificando necessidades e dando ordens enquanto o circo está pegando fogo.

No momento em que ele está substituindo, é interessante que foque seu trabalho no atendimento às pessoas. Este exercício poderia inclusive ser feito sem que houvesse necessidade, num momento em que ele optasse por estar na pele de seus funcionários para poder identificar questões, verificar os ajustes (como já disse anteriormente) e observar a atuação da equipe como um todo.

Após esta experiência (obrigatória ou não) vale à pena sentar, repensar ações e dar um feedback para os funcionários ou parabenizando (caso tudo esteja rodando bem) ou mesmo acertando o que for preciso.

Isto pode aproximar e unir a equipe legitimando a liderança, sendo um momento de ação realmente conjunta e especial.

Outro ponto a ter cuidado: se a equipe tiver um líder, trabalhe em conjunto com este. Não o desqualifique simplesmente assumindo seu papel. É uma ótima hora de legitimá-lo e verificar como está sua condução.

Aproveite a oportunidade como uma chance de olhar para o que é necessário e que pode infelizmente ficar fora de alcance na correria do dia a dia. Não tenha medo de, ao agir como um vendedor, no caso, que seus colaboradores percam o respeito por você e o vejam como um igual. É como você vai conduzir esta experiência que vai poder fortalecê-lo mais; não sua ação pontual.

Quando se tem medo e tenta se afirmar através de ordens e feedbacks fora de hora (sabe aquela cena em que você, como comprador antigo de uma loja, ve o vendedor que sempre te atende e que você adora tomar uma super bronca na frente de todos?) é o momento em que a liderança fica questionada e tanto colaboradores quanto clientes podem simplesmente pensar ou até dizer em voz beeeem baixinha: "Mas que babaca!!! Não precisava...".

É quase Natal...e hora de transformar os momentos de correria e sufoco em verdadeiras oportunidades de revisão.

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