A corrupção, um termo tão comentado e falado mas quase sempre visto como algo distante. Como se fosse uma escara em um parente que há tempos não vemos...essa é minha sensação.
Isso simplesmente pode acontecer - essa sensação de distanciamento - por ser difícil aceitar que um ser humano faça coisas hediondas em troca de dinheiro, cargos ou favores..ou talvez porque nós mesmos não consigamos enxergar nossas pequenas corrupções no dia-a-dia.
Muitos de nós, ditos "cidadãos de bem", chegamos a nos vender por bem menos que aquela quantidade imensa de dinheiro que outros cidadãos colocam nas meias e cuecas já que os bolsos estão cheios. Nos vendemos por meia entrada no cinema, nos vendemos por uma carteira de motorista, por um artigo que estava na revista do consultório e por aí vai.
E é o quanto uma sociedade suporta de pequenos delitos que determina quantos grandes ela aguentará. Pois somos nós "a sociedade", "o Brasil", "o povo brasileiro". Tudo isso é cada um de nós............................................................................(pausa para o pensamento).
Além disso, hoje a corrupção está longe de ser vista ou apontada somente no governo. O setor privado também exerce sua parcela igualmente a nós, cidadãos de bem, nos pequenos e grandes delitos. Desde o ganho de licitações ilicitamente à "caixinha" que se oferece ao funcionário do governo para que ele "agilize" o processo. Pois árvores são derrubadas nos finais de semana para que uma fábrica seja construída sem que "ninguém" perceba a não ser os próprios homens que deveriam fiscalizar isso.
O fato é que, para cada corrompido, há um corruptor. O que nos leva à dedução de que quando um não quer, dois não saem ganhando para uma sociedade inteira sair perdendo.
Primeiro ponto: cada um de nós pode interromper ou, pelo menos, atrapalhar este processo, torná-lo mais difícil. Hoje muitas pessoas não entendem como alguém pode não querer uma "pequena vantagem" mas, ao dizer "não", surpreendemos. Surpresa leva à reflexão. Trabalho de formiga, sim senhor, mas possível.
Ao trabalhar as leis e normas, ao ter um código e eventualmente um conselho de ética em sua empresa, o trabalho já se torna mais amplo ainda atingindo com informações e conscientização um grupo maior de pessoas. É um grande passo que pode ser dado pela empresa paralelamente aos pequenos que cada indivíduo pode dar por si só.
Passos e resultados. Educação e exemplo funcionam para os dois lados da moeda.
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