segunda-feira, 22 de março de 2010

Vamos Conversar?






É normal. Várias pessoas convivem entre si todos os dias em diferentes ambientes: em casa, escola, no trabalho, grupo de amigos. Em qualquer grupo, assuntos surgem, pessoas querem falar sobre si, sobre suas vidas, muitas vezes precisam resolver alguma pendência entre si e, como a maioria de nós sabe, uma das melhores alternativas para estes tipos de necessidades é uma antiga técnica: o diálogo.

O diálogo, segundo Humberto Mariotti, "é uma metodologia de conversação que visa melhorar a comunicação entre as pessoas ou produção de ideias novas e significados compartilhados. Ou, posto de outra forma, é uma metodologia que permite que as pessoas pensem juntas e compartilhem os dados que surgem desta interação sem procurar analisá-los ou julgá-los de imediato.”

Observando esta descrição podemos deduzir por que é tão difícil dialogar, apesar de termos aprendido que, se há duas ou mais pessoas, olhando umas para as outras falando coisas sem parar, estão dialogando.

Gostamos sim de falar o que pensamos. Gostamos que os outros nos ouçam, reflitam sobre o que falamos, sintam nossa dor, vivam nossa emoção. Queremos ser reconhecidos. E essa necessidade normalmente é tão grande em boa parte dos seres humanos que, no momento em que o outro está falando, aquele que não está é tomado de uma ansiedade ímpar, uma ânsia enorme e a única atenção que ele tem é sobre qual ponto que o outro tocará que servirá de gancho para sua entrada triunfal.

O ponto sobre esse assunto é fácil de entender: quando estamos com o outro tanto melhor quanto conseguirmos saber mais sobre ele, ouvir o que ele tem a dizer. Quando ouvimos e refletimos sobre o que ouvimos sem julgamento, temos a oportunidade de incrementar nosso conhecimento, nossos pontos de vista.

Ouvir principalmente nossa própria voz é bom, mas trará benefícios maiores se essa prática for em ambientes próprios para isso. Quando estamos com outras pessoas, fazemos a troca: elas falam, nós ativamente escutamos. Complementamos o que é dito, somos ouvidos. As ideias vão crescendo e todos nos beneficiamos dessa comunicação.

Para escutarmos precisamos estar verdadeiramente presentes e, para isso vale à pena tentar: enquanto o outro estiver falando eu me calo. Presto atenção a cada ímpeto que tenho de interromper, presto atenção na minha própria ansiedade, nos meus pontos de vista sobre o assunto em questão. E continuo prestando atenção ao outro, continuo calado. Esse exercício nos ajuda a estarmos presentes no momento da escuta e a cada vez que é praticado, mais conseguimos realmente absorver o que nos é dito. Todos ganham. Nossa vez de falar chegará mas, antes disso, eu consegui efetivamente a troca: dei atenção e recebi informações.

Assim como muitas habilidades específicas, escutar não é fácil. Mas é possível se for praticada.

Que tal chamar o colega aí ao lado e começar?


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