segunda-feira, 24 de maio de 2010

A verdade que conquista

Quando tem-se um novo cliente e do mesmo quer se conquistar a confiança (e portanto futuros contratos) surgem muitas vezes algumas dúvidas: O que é melhor? Falar a verdade ou o que o cliente quer ouvir? Mostrar seu real limite ou exercer pequenos, médios ou até grandes sacrifícios para futuramente ter ganhos maiores?
Tenho percebido que, principalmente para pequenas empresas fica o receio de mostrar a realidade tanto do cliente quanto própria não por má fé ou qualquer motivo escuso mas simplesmente por insegurança de que, demonstrando algo que eventualmente não seja o que o cliente quer ver, o mesmo preferirá um fornecedor mais "poderoso" ou mais flexível.
Vale a pena pensar que o que o cliente quer, ou melhor, o que todos queremos (pelo menos em sã consciência) é confiar em quem contratamos. E confiança não se conquista com pouco. Conquista-se muitas vezes arriscando a "amizade" mas falando a verdade.
É uma relação de respeito por si próprio: se há confiança em sua própria técnica, em sua competência, fala-se o que está sendo avaliado, claro que de maneira adequada, mas a verdade.
Durante a reforma de nossa casa que é bem antiga aliás, o pedreiro anunciou que seria melhor trocar o forro do teto da sala pois o mesmo estava com problemas. Em face ao orçamento previsto e limitado perguntei a ele "Mas o teto vai cair?" e ele me respondeu bem-humorado "Cair agora, agora eu não posso afirmar. Mas se fosse a senhora, colocaria a TV em outro cômodo.". Perguntei se ele faria o serviço do gesso e ele disse que não, infelizmente não dominava a técnica mas tinha alguns bons profissionais para indicar.
Claro que eu preferiríamos não ter que investir em um teto novo (uma das poucas partes da casa, aliás que aparentemente estava em ordem). Claro que provavelmente teremos que adiar outras providências. Mas o pedreiro continua e muito provavelmente o indicarei para amigos pois confio em seu parecer, apesar de não ter podido me atender em tudo.
Prazos absurdos, pareceres que não são totalmente verdadeiros, preços irrisórios. Quase todos os clientes um dia nos solicitarão uma dessas coisas. Mas é preciso coragem. Coragem e confiança em seu negócio, em sua capacidade, para falar a verdade e continuar existindo de forma sustentável.

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