Há pouco deixei meu emprego fixo para tentar uma carreira solo. Além das 30 horas semanais que me separavam de meu local de trabalho, no ano que passou, questionava-me frequentemente: 'o que estou fazendo aqui?' e me apareciam à mente todas as inúmeras possibilidades de tarefas e realizações.
A possibilidade de realizar sonhos.
E, claro, a ilusão (ainda que consciente, se é que isso é possível) de que estrelas brilhariam e pássaros cantariam ao meu redor no momento seguinte à minha saída.
Houve, sim, a simples e pura realidade. Longe de ser dura, a mim, a realidade apresentou-se como diferente apenas. Não estava mais habituada a acordar com o dia nascido, a verificar o final de tarde, às pequenas delícias de estar em casa. O silêncio, o marido, o mundo ao meu redor.
Eu, inteira, para receber o mundo. Alerta. Consciente. Positiva.
E subitamente a falta me atingiu. Pois, se quando estava sentada em um escritório tinha a clara sensação de que a vida estava lá fora, ao estar "lá fora" tenho a clara sensação de que aprendemos a justificar nossa existência pela nossa ocupação.
O que você é? Você é o que você faz. Você é a sua profissão.
E eu, que agora me ocupo da minha vida, meu futuro e meu presente, o que sou?
Me chamarei de "piloto". Piloto de mim.
Linda, linda! Adorei o primeiro post e todo o blog. Como diria pessoas por aí, "vaiquintindi"!
ResponderExcluirSucesso, torço por ti.
Beijo